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Mega Ecologia - MORTALIDADE INFANTIL
(Carlos Rossi; Mega Arquivo)

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MORTALIDADE INFANTIL
Bebês morrendo de fome. E nada acontece. Será que é porque são índios?
O Brasil briga por um lugar de destaque na política e na economia mundial, mas ainda permite que indiozinhos morram de desnutrição.
Cinco crianças morreram de fome este ano nas aldeias Bororó e Jaguapiru, em Dourados (MS). Tinham entre 1 mês e 2 anos e estavam muito abaixo do peso. Os atestados de óbito, que apontam a desnutrição como causa, acompanhada de desidratação, infecção intestinal ou insuficiência renal, foram assinados entre 24 de janeiro e 26 de abril. Sinal de que o pólo indígena continua refém da subalimentação, que em 2005 matou 14 indiozinhos e virou escândalo nacional.
Na época, o governo federal despachou para lá uma equipe de técnicos encabeçada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; a Câmara dos Deputados mandou uma comissão para apurar; a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) distribuiu megadoses de vitamina A e cestas básicas.Como resultado desse esforço, no ano seguinte apenas um bebê índio morreu de desnutrição. O retorno desse fantasma ao povo guarani, dos grupos caiová e nhandeva, demonstra que o problema é mais grave e exige ações muito além da pirotecnia.
A vida nas aldeias Bororó e Jaguapiru, uma colada na outra, começa antes das 6 horas. Quem tem carroça carrega o pouco do milho e da mandioca que plantou para vender em Dourados, a 8 quilômetros, seguindo pela rodovia MS-156. Índio que não tem produção também vai para tentar um bico de pedreiro ou de doméstica. O comércio local não emprega índios. Alguns trabalham como agentes de saúde ou professores - mas só na área indígena.
Outra categoria, a dos que cortam cana para as 11 usinas de álcool do entorno, recebe do agenciador 150 reais de adiantamento - é o que fica com a família, enquanto o chefe cumpre, longe de casa, o contrato que lhe renderá 2,57 reais a tonelada cortada ou, em média, 470 reais por mês. São essas as maneiras de ganhar dinheiro por ali, embora mais de 60% dos adultos não se enquadrem em nenhum desses expedientes e vivam na miséria.
Isso se reflete na saúde das crianças. No Hospital da Universidade Federal da Grande Dourados, o HU, há 27 leitos infantis. Durante a reportagem, 12 estiveram ocupados, oito por índios, todos com seqüelas da fome.
Chamavam a atenção: Ronimar, 3 anos, em estado vegetativo, completando 18 meses de internação por meningite; Cleomar, 10 meses, sete no hospital, tinha se livrado da bronquiolite, mas seguia de bilitado. Celso, 1 ano e 3 meses, peso de bebê de 7 meses, enfren tava fazia 26 dias uma pneumonia. Robson, 2 anos, tinha dado entrada 95 dias antes com insuficiência respiratória aguda e passado por uma traqueostomia.
"A desnutrição é a origem dos quadros", diz Denise Córdoba, coordenadora da clínica pediátrica. "As crianças chegam com febre, lesões na pele, queda de cabelo, palidez, respiração rápida e difícil e, para economizar energia, muitas nem se mexem." No Centro de Recuperação Nutricional Infantil, patrocinado pela Missão Evangélica Caiová, outras 32 crianças guaranis recebia, internadas, superalimentação e polivitamínicos.



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