ENERGIA -Alta estável do petróleo
(Carlos Rossi; Mega Arquivo)
A questão vem se agravando neste início de século XXI. Primeiro, porque a combinação atual entre o crescimento do consumo nos países em desenvolvimento e o rápido esgotamento das possibilidades atuais de extração já faz a conta do petróleo ficar muito alta. Há vários meses, a cotação do barril mantém-se acima dos 60 dólares, mais do que o dobro do preço médio em 2002. O valor ainda é metade, comparativamente, do alcançado no início da década de 1980, quando a revolução iraniana e a guerra Irã-Iraque cortaram drasticamente a oferta. Ainda assim, a alta vertiginosa do preço da principal fonte energética do planeta gera um efeito cascata sobre toda a produção mundial: provoca inflação e retração da economia. A tendência é também aumentar as desigualdades entre os países que podem pagar essa conta e as nações mais pobres, que não têm como enfrentá-la. A grande diferença da alta atual para as verificadas nas décadas de 1970 e 1980 é que, desta vez, ela parece ter vindo para ficar. Nas crises anteriores, a perspectiva futura era de abundância de petróleo e, superadas as crises diplomáticas, o "ouro negro" voltaria a jorrar dos poços. Agora, os problemas são estruturais. O crescimento da demanda por causa do avanço das novas economias, em especial a da China, deve prosseguir. E a oferta de petróleo é cada dia mais escassa, tanto pela falta de investimentos em infra-estrutura de extração, transporte e refino no decorrer da última década, como pelo ritmo acelerado de exploração. Afinal, o petróleo é uma fonte não renovável: algum dia, as reservas vão acabar.
Resumos Relacionados
- Jornal Do Brasil
- Oriente Médio – O Golfo Pérsico
- Crise Nuclear No Japão E Valorização Da Energia Do Brasil
- Geo-política - Por Que Derrubaram Saddam Hussein?
- O Nó Energético Global
|
|