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Torturas , Sementes do Ódio ! se´culo 21
(Dorival l. Assis)

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E' quase desnecessário dizer que as torturas físicase psíquicas são ações moralmente más. Sua simplesdescrição disso nos convence. E também disto: sãoabomináveis. A tortura, diz Jean-Marie Domenach, é ummodo de violência que exige um repúdio absoluto. Não éa morte, é a tortura que é o apogeu da violência,porque ela associa o carrasco e a vítima. Tocamos aquino mistério da violência: ela faz sociedade, - umasociedade que é a caricatura ignóbil da sociedade derazão e de amor. E essa caricatura possui uma seduçãoinestimável, precisamente porque ela realiza demaneira brutal e fugaz aquela comunhão que o homemprocura acima de tudo e que ele perde, às vezes, aesperança de encontrar através dos caminhos daconvicção e da doçura. Em 886, respondendo a um dos pedidos de um povo queacabava de entrar em contato com o cristianismo,escreveu o Papa Nicolau I: Se um ladrão ou salteadoré apanhado e nega o que se lhe imputam, afirma-seentre vós que o juiz lhe deve bater na cabeça eatravessar-lhe os lados com ponta de ferro até eledizer a verdade. Mas isto nem a lei divina nem ahumana o admitem: a confissão não deve ser forçada,mas espontânea; não deve ser extorquida, masvoluntária; afinal, se acontece que depois de se tereminfligido estas penas, nada absolutamente se descobredo que se lhe imputava, não vos envergonhais, nestaaltura ao menos, e não reconheceis quanto foi ímpio ovosso julgamento? Do mesmo modo, se o acusado, nãopodendo suportar tais torturas, confessa crimes quenão cometeu, dizei-me: Quem fica responsável de talimpiedade senão quem o constrangeu a semelhanteconfissão mentirosa? Mais ainda, todos sabem que sealguém profere com os lábios o que não tem noespírito, não confessa, fala apenas. Renunciai,portanto, a estas coisas e amaldiçoai do fundo docoração o que, até o presente, tivestes a loucura depraticar; com efeito, que fruto tirastes então daquilode que agora vos envergonhais?Pio XII, que cita, em um de seus discursos, essa fortee humana página, exclama:Qual de nós não desejariaque, durante o longo intervalo decorrido desde então,a justiça não se tivesse nunca afastado desta regra!Ser necessário hoje recordar esta advertência, feita há 1100 anos, é triste sinal das aberrações doprocedimento judicial no século XX. Essas palavras de um Papa do século IX - século,diga-se de passagem, da (outrora) chamada «idade dastrevas» -, retomadas e subscritas por um Papa doséculo XX, evidenciam bem a eterna fidelidade docristianismo á dignidade da pessoa humana, revelada aomundo pela mensagem evangélica. Pena é que os governosdas cidades dos homens, e particularmente suaspolícias, raramente prestem ouvidos a ensinamentoscomo esses. A tortura destrói tanto o homem como a própriasociedade. Destrói o homem como indivíduo porque oleva ao aniquilamento de sua personalidade. Algumastorturas são tão brutais e dolorosas que chegam acausar a morte. Outras são humilhantes,intimidatórias, ferem os sentimentos mais nobres, oamor, a fidelidade, a solidariedade, obrigando a vercomo sofrem as pessoas queridas ou obrigando a fazersofrer. O simples fato de alguém sentir-se uma vítimaindefesa, sem direitos, já é uma crueldade atroz.Degradação maior ainda sofrem os torturadores. Muitascoisas seriam inexplicáveis se não supuséssemos umdesencadeamento de instintos sádicos. E destrói também a sociedade. A tortura é uma sementede ódio, uma prática violenta que gera violência e fazdiminuir a sensibilidade social. Torna extremamentesuspeita a aplicação da justiça o que é grave paratoda sociedade. Se falta confiança na administraçãopública da justiça, cada um buscá-la-á por suaspróprias mãos. Portanto, a tortura não serve ao Bem Comum mas ocompromete definitiva e irremediavelmente. Tal tipo desegurança pretendida cria a maior insegurança. Minaradicalmente a segurança e o Bem Comum que,supostamente, pretende defender.



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