Mais crianças recebem anti-depressivos
(Investigadores médicos)
Investigadores médicos expressaram preocupação pelo crescente número de crianças que estão a ser tratadas com medicamentos que alteram o estado de ânimo, como o Prozac, em países europeus e americanos. Um relatório publicado esta quinta-feira no Arquivo de Doenças da Infância, uma revista especializada em medicina infantil, descreve um estudo realizado na Universidade de Londres sobre as taxas de prescrição de medicamentos em nove países, incluindo Grã-Bretanha, França, Canadá, Argentina, Brasil e México. Os autores do relatório encontraram que os médicos nestes países estão agora muito mais inclinados a receitar às crianças remédios contra a depressão, a ansiedade, hiperactividade e outras condições mentais, do que estavam há quatro anos atrás. Os especialistas advertiram que esta tendência pode ser perigosa, pois os medicamentos em questão foram desenvolvidos para adultos e poucos estudos se realizaram sobre os seus efeitos nas crianças. Mais diálogo, menos Prozac. Nestes quatro anos, onde se registou o maior incremento foi no Reino Unido com 68%. O menor aumento foi no Canadá onde 13% mais crianças estão a receber remédios para acalmar ou estimular o cérebro. Em média, a proporção de prescrição de anti-depressivos a crianças aumentou 70% numa década.A informação foi obtida numa base de dados internacional (IMS MIDAS) a qual se nutre de uma mostra representativa de médicos praticantes em cada país. Muitos dos pacientes foram tratados por sintomas de Perturbação de Défice de Atenção com Hiperactividade. "Por um lado, há um indicativo de um maior reconhecimento das doenças mentais em crianças e adolescentes", diz o Dr. Ian Wong, director do centro que levou a cabo a investigação. Wong crê que ainda que não se recomende usar em crianças alguns anti-depressivos, esta tendência crescente produz-se pela falta de melhores opções como a psicoterapia.
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