Resumo de Risco Cardiometabólico: Uma Visão que Integra Endocrinologistas e Cardiologistas

Médicos endocrinologistas e cardiologistas estão começando a entender melhor as importantes conexões entre as doenças cardiovasculares e o diabetes. Isto se deve às descobertas de novos mecanismos fisiopatológicos que estão presentes nas duas situações, tais como as lesões no endotélio dos vasos. [BR][BR]Estas alterações são decorrentes do “stress oxidativo”, da obesidade, da má alimentação, da hipertensão arterial e até mesmo de infecções provenientes de lesões dentárias. Esta nova compreensão levou à criação de um novo conceito denominado “Risco Cardiometabólico”. [BR][BR]Risco cardiometabólico diz respeito a um conjunto de causas que representam potenciais fatores de risco que são alvos potenciais para um tratamento preventivo. A despeito de muitos avanços na prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares (DCV), elas continuam como a principal causa de morte em muitos países desenvolvidos. De acordo com o estudo Hational Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), realizado entre 1999-2002, 972.000 americanos morreram de doenças relacionadas com DCV em 2002.[BR][BR]Acredita-se que neste estudo 224000 mortes foram causadas por diabetes do tipo 2. O NHANES 1999-2002 documentou um aumento de prevalência de diabetes e obesidade e acredita-se que estas duas situações estão intimamente relacionadas com as mortes devidas às DCV. Entre 1976 e 2002 o número de pessoas com obesidade, definida como um IMC acima de 30 kg/m2 dobrou passando de 15% para 30%. A obesidade é o o mecanismo primário tanto para o desenvolvimento do diabetes como para as doenças cardiovasculares. Estas duas condições tem vários fatôres comuns como: resistência à insulina,hipertensão e dislipemia. Quando estes fatores de risco ocorrem simultâneamente falamos em síndrome metabólica.(SM)[BR][BR]O que é Risco Cardiometabólico[BR][BR]Os Riscos Cardiometábolicos compreendem os componentes da SM e muitos outros alvos que, somente agora, estão sendo descobertos e que até recentemente não eram levados em consideração. As consequências de um tratamento sub-ótimo são largamente conhecidas pelos sistemas de saúde em várias partes do mundo. [BR][BR]O têrmo risco cardiometabólico é definido como um conjunto (cluster) de fatores de risco modificáveis e diversos marcadores que estão presentes em alguns indíviduos com maior risco de infarto do miocárdio, doença cérebro vascular e doença arterial periférica. [BR][BR]Estas alterações incluem: hipertensão arterial, resistência à insulina, hipertensão, elevação do LDL-C e TG,baixa do HDL-C, obesidade abdominal, microalbuminúria e alterações da função endotelial. [BR][BR]Associação dos Fatores de Risco[BR][BR]Os fatores de risco cardiometabólico tendem a se associar formando um conglomerado de modo que raramente uma pessoa tem apenas 1 ou 2 fatores. Meigs e colegas fizeram uma clássica descrição deste conceito “associativo” num dos trabalhos com a população de Framignham. [BR][BR]Ele indentificou três fatores para o agrupamento destas variáveis.[BR]O primeiro círculo, no meio do diagrama, representa a associação do níveis de insulina,TG e HDL-C,IMC e a razão quadril-cintura, todos os quais são associados com a SM.[BR][BR]O segundo círculo é a combinação dos níveis de glicose e insulina, que são associados com a intolerância à glicose.[BR][BR]O terceiro círculo inclue os valores de pressão sistólica e diastólica e mais o IMC que estão associados com a hipertensão. [BR][BR]Como pode se ver no diagrama há uma sobreposição destes círculos mostrando uma associação destes vários fatôres: o metabólico, o inflamatório e a pressão arterial. Com este reconhecimento, as Associações de Cardiologistas e Diabetes, estão divulgando repetidamente, que existe algo mais do que tratar isoladamente da hipertensão, do coração, do colesterol, das glicemias ou da hemoglobina glicada. É preciso pensar mais longe e incorporar com mais rapidez estes conhecimentos à prática médica beneficiando milhões de pessoas que sofrem destas situações. A diminuição da inércia clínica e a melhoria dos indicadores da atenção médica, certamente, terão um grande impacto nos custos e na qualidade de vida da população que sofre com as doenças cardiovasculares. [BR][BR][BR]Em janeiro deste ano, a Associação Americana de Diabetes e a Associação Americana do Coração divulgaram mais uma das suas diretrizes médicas, relacionadas a este assunto e que podem ser lidas na revista Diabetes Care 30,162-171, Janeiro de 2007, que em resumo sugere: "endocrinologistas prestem mais atenção ao controle da PA dos seus clientes, cardiologistas olhem mais além do coração"[BR]

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