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Santo Agostinho
(Luiz Antonio)

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Escreva o seu resumo aqui.Santo Agostinho: a verdade e a felicidade residem em Deus.


Este texto procura elucidar brevemente os pontos do
pensamento
agostiniano que são necessários para poder compreender porque,
para este autor, o homem pode conhecer apenas pela graça divina, mas
tem o dever moral de preparar sua alma e seu corpo para receber esta luz e de
fazer bom uso do livre-arbítrio. Procurei fazer associações
despretensiosas com outros traços da cultura anterior a sua época,
como a mitologia helênica.


No Livro VII das

Confissões

e no diálogo

O Livre Arbítrio

, Agostinho argumenta especificamente sobre
o problema do mal. Tem ele o mal como algo presente, e nos primeiros livros
das

Confissões

, identifica-o em sua infância e na sua
juventude libertina, ocorridas antes do episódio de agosto de 386 que
o levou à conversão, (1)e antes de sua convivência com Santo
Ambrósio, que o batizou e a quem chama de agente de Deus.


Sendo Deus eterno e imutável, autor de coisas
muito boas, qual é, então, a origem do mal? Agostinho sabe, quando
isto pergunta, que a origem do mal é tradicionalmente explicada pela
Igreja Católica com a queda do Arcanjo Lúcifer. Embora as
referências
Bíblicas ao Maligno como ex-Arcanjo sejam escassas, e o próprio
nome Lúcifer (formado a partir do latim

lux

) e a hierarquia
angelical tenham sido forjadas com o decorrer da Idade Média, ainda assim
encontramos algumas passagens bíblicas que ilustram bem este tema
daqueles
que querem ser como Deus e por isso são punidos. Alguns exemplos
estão
no Velho Testamento, em Isaías 14:



"12 Como caíste do céu, ó estrela
da manhã, filha da alva!

como

foste lançado por terra,
tu que debilitava as nações!

13 E tu dizias no teu coração: Eu subirei
ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei meu trono, e no monte
da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte.

14 Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante
ao Altíssimo.

15 E contudo levado será ao inferno, ao mais
profundo do abismo. "(2)



Ou no Novo Testamento, no Apocalipse segundo São
João, no capítulo 12, onde há uma mulher, possivelmente
virgem Maria, que dá à Luz um varão "que há de reger
todas as nações com vara de ferro" e é tentada pelo
Dragão
da maldade, que após isso tem de enfrentar as tropas celestiais:


"7 E houve uma batalha no céu. Miguel e seus
anjos batalhavam contra o dragão, e batalhava o dragão e seus
anjos.


Mas não prevaleceu, nem mais o seu lugar se achou
nos céus.



E foi precipitado o grande Dragão, a antiga
serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele
foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele."

Satanás na terra tenta os homens, mas o Apocalipse
prossegue explicando que é vencido pelo poder do Cordeiro, o Jesus
Cristo.



Não podemos também esquecer que no
Gênesis,
a Serpente consegue seduzir Eva prometendo-lhe que esta ficaria igual a Deus
se comesse o fruto proibido, e era por isso que Deus lhe proibira. Realmente,
após comer a queda, Deus fala para seus anjos: " E eis que o homem
é
um de nós, sabendo o que é bem e o mal; ora, pois, para que
não
estenda a tua mão, e tome também da árvore da vida, e coma
e via eternamente" (

Gen,

3, 22). Começa então, segundo
a Bíblia, a condição miserável do homem, obrigado
a trabalhar para garantir seu sustento, ea se abrigar para fugir do frio. Este
trecho sugere que o homem estará eternamente condenado a escolher entre
o Bem e o Mal. Então, tanto a queda do primeiro anjo quanto a queda do
primeiro homem é causada por um ato livre de vontade, em que se pretende
ser igual a Deus.


No capítulo 3 do livro VII das

Confissões

, Agostinho se pergunta, a respeito de Lúcifer: "E se por uma
decisão
de sua vontade perversa, se transformou de anjo bom em demônio, qual
é
a origem daquela vontade má com que se mudou em diabo, tendo sido criado
Anjo perfeito, por um criador tão bom?". Logo, não ignora o
problema
da origem do mal tal qual a Igreja Católica o explica, mas vai ainda
além, perguntando a origem da perversão da vontade nas criaturas
boas criadas por Deus.


A argumentação segue considerando que,
naturalmente, o mal não provém de Deus, mas está nas coisas
criadas e na matéria. As coisas criadas "não existem absolutamente
nem totalmente deixam de existir" (Livro VII, cap 11). As coisas existem
enquanto
participam da Suma Existência, daquele que é, do Imutável,
e deixam de existir quando se afastam dele. As coisas que se corrompem
são
boas ao menos em parte, pois não haveria o que se corromper se fossem
totalmente más. Porém, não são como Deus,
absolutamente
boas, pois se assim fosse seriam incorruptíveis. Assim, o mal ocorre
quando as criaturas se afastam de da existência, ou seja, o mal não
existe propriamente, mas é um não-ser. Tudo é verdadeiro
enquanto existe e a falsidade só ocorre quando se toma por existente
o não existente. Agostinho no capítulo 16 do livro VII, chega
à definição do mal como uma perversão da vontade
desviada da Substância Suprema - Deus.


Se Deus é a suma Existência e a Suma
Bondade,
os seres para alcançar a verdade tem de procurá-lo. Julgar que
o caminho para se atingir a verdade seja humano, ou dependa apenas de
esforços
humanos, constitui soberba, pois a verdade é externa e independente do
homem. Para Agostinho, o conhecimento da Verdade depende em última
instância
da Graça Divina, que agracia apenas alguns escolhidos. Qual é
o dever moral do homem então, qual é o seu campo de
ação,
se ele parte em busca da verdade sem saber se a vai encontrar? Procurarei tratar
deste tópico a seguir.


Como aponta Novaes, em seu artigo "Nota sobre o problema
da universalidade em Agostinho, do ponto de vista da relação entre
fé e razão", Agostinho destoa tanto dos aristotélicos,
quanto dos estóicos e epicuristas em sua concepção de
felicidade.
Os primeiros tomam a felicidade como uma atividade da alma em consonância
com a virtude, os segundos como um vigor da alma e os terceiros como a vontade
do corpo. Para um cristão, porém, a felicidade é um dom
de Deus. Não obstante, o homem deve procurá-la através
da purificação da alma. Para purificar a alma o homem tem de
reconhecer
a condição miserável da humanidade após o pecado
original, e tem de ter a humildade de reconhecer o a felicidade como alheia
a si. O homem tem de se tornar digno de receber a graça. A idéia
da ascese da alma é muito importante também para os
platônicos
e neoplatônicos (3), que influenciaram Agostinho profundamente. Mas
Agostinho
vê nesta doutrina o erro crucial de Porfírio, por não ter
reconhecido que o verdadeiro caminho não é humano, mas
provém
do Absoluto, de Deus. (4)


O homem é mais especial que as outras
criações
de Deus, e que os outros seres dotados de alma (animais), pois tem uma alma
racional. O homem é especial porque foi feito à imagem e
semelhança
de Deus. {5} No Gênesis, antes da queda, Deus concede ao homem que usufrua
livremente da terra. Para Agostinho, a semelhança do homem com o



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