Aritmética
(Fernanda Young)
Encantou-me a forma. Fernanda Young ousa a escrever de trás para frente, a enfiar inúmeras poesias no texto, e resumir um capítulo a três linhas, nos lembrando o vanguarda Laurence Sterne. No meio do livro a narradora deixa seu personagem para fazer um desabafo sobre a árdua tarefa do escritor, inventando com a linguagem escrita o que no teatro do absurdo os atores fazem quando saem do personagem para se dirigir a platéia.
A crítica apaixonada aos escritores é legítima, talvez só quem escreva realmente saiba. Quando afirma que escritores são mentirosos - além de contarem histórias pelas metades, a distorcem - confirma sua mentira, pois, caso as histórias narradas tenham pouca veracidade o sentimento que passa é altamente auto-biográfico. A autora corajosamente se desnuda através de sua narrativa. Ao final do livro sabemos quem é Fernanda Young.
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