Gênios solitários
(Carlos Rossi; Mega Arquivo)
Síndromes relacionadas ao autismo lançam novas luzes sobre o funcionamento do cérebro e o superpoder da mente humana
"O preto cego Tom tem se apresentado aqui com casa cheia. É sem dúvida um milagre. Parece com qualquer garoto preto de 13 anos e é completamente idiota em tudo, menos no que diz respeito à música, linguagem, imitação e talvez à memória. Nunca estudou música ou recebeu qualquer tipo de educação. Aprendeu a tocar piano ouvindo os outros, aprende letras e melodias de ouvido e é capaz de tocar qualquer coisa na primeira tentativa tão bem quanto o melhor dos instrumentistas."
O trecho, retirado de uma matéria do jornal "Observer" de Fayetteville, EUA, de 19 de maio de 1862, fala sobre um mistério que há muito intriga tanto as pessoas comuns quanto os melhores cérebros da neurociência: o savantismo, ou síndrome de Savant. A condição é caracterizada pelo desenvolvimento de habilidades como a memória afiadíssima e a capacidade de desenhar com perfeição de detalhes ou de tirar um concerto de ouvido sem ter nunca tocado num piano antes. Cerca de metade dos "savants" são autistas, e a outra parte sofre de lesões, retardo mental ou demência, condições que também podem despertar essa genialidade fora do comum.
Porém esses gênios costumam viver em uma espécie de universo particular, trancafiados dentro de mentes cujas regras de raciocínio são praticamente impossíveis de serem apreendidas pelas pessoas normais. Por terem de viver com uma mente tão singular, os savants desenvolvem diversas dificuldades de convívio social e de compreensão do mundo que os circunda.
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