BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Giro Lingüístico
(Resumo)

Publicidade
Reviravolta Lingüística Uma breve investigação a partir de Wittgenstein“Filosofia é um jogo de linguagem, um jeito de usar as palavras. Na filosofia a gente usa as palavras para entender as palavras. Wittgenstein definiu esse jogo de palavras chamado filosofia como "uma batalha contra o feitiço da nossa inteligência por meio da linguagem". (Rubem Alves)Quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos?Estas e outras perguntas sempre estiveram presentes no universo daquilo que se constituiu chamar filosofia.De John Locke a Hegel e Marx os filósofos construíram a noção de subjetividade das mais diversas maneiras, colocando como núcleo do sujeito algo como “mente”, “pensamento”, “entendimento”, “consciência transcendental”, “Espírito”, “proletariado”, etc.Não cabe no breve espaço desse texto, a pretensão de discorrer sobre as diversas concepções filosóficas predominantes ao longo do tempo, posto ser alvo de nosso estudo o movimento desencadeado a partir do final do Século XIX, quando, em uma mudança notável do paradigma filosófico, elege-se a linguagem como elemento central na Filosofia e como constituinte essencial da natureza humana. Essa revolução, por vezes denominada “reviravolta lingüística”, não apenas muda os rumos da atividade filosófica, mas exerce um profundo impacto sobre todas as áreas do conhecimento.A partir daí, a filosofia ocupa-se em analisar o papel da linguagem como instrumento de representação do mundo, estruturador da cultura e constituidor da vida humana. “Num primeiro momento, isso significa uma nova maneira de articular as perguntas filosóficas. Assim, por exemplo, contrariamente a quanto se fazia no passado, perguntar pela essência da causalidade ou pelo conteúdo do conceito "causalidade", pergunta-se agora pelo "uso da palavra" causalidade”Nessa investigação acerca do que se constituiu o chamado “giro linguístico” ou “revolução linguística”, tomaremos como base o pensamento de alguns filósofos, especialmente Wittgenstein, considerado por muitos o filósofo mais importante de nosso século. Ludwig Wittgenstein nasceu, em 1889, na cidade Viena de Austria. Era filho de um dos homens mais ricos da Europa. Em 1908 ingressa na Universidade de Manchester, com o objetivo de especializar-se em aeronáutica. Não tarda a abandonar os problemas da técnica, para se dedicar à questão dos fundamentos da matemática.Visita Frege em Iene, e por sugestão deste inscreve-se no curso de Bertrand Russell, no Trinity College em Cambridge (1912-1913), onde rapidamente se destaca pelas suas extraordinárias capacidades intelectuais. Entre 1913 e 1914 vive na Noruega dedicado-se ao estudo de lógica. A filosofia de Wittgenstein pode ser dividida em dois grandes períodos: Wittgenstein I - Período anterior a 1929, a que corresponde ao Tratado Lógico-Filosófico, e o neopositivismo; Wittgenstein II -Período posterior a 1930 e a que corresponde as Investigações Filosóficas, destacando-se também a sua grande influência sobre a filosofia analítica em geral.Sua obra é marco decisivo na história do pensamento humano, que até Kant apresentava-se como a filosofia do ser; de Kant a Wittgenstein , como filosofia da consciência e, de Wittgenstein aos nossos dias, uma nova concepção que, dando origem à filosofia da linguagem , provocou aquilo que veio a chamar-se “giro lingüístico”,Os filósofos da linguagem não se ocupam muito do que significam palavras ou frases individuais. Qualquer dicionário ou enciclopédia pode resolver o problema do significado das palavras. O mais interessante é o que significa para uma palavra ou frase significar alguma coisa. Por que as expressões têm os significados que têm? Como uma expressão pode ter o mesmo significado de outra? E, principalmente: qual o significado de "significado"?”Segundo Wittgenstein em sua obra Tractatus, o mundo consiste de fatos, o que significa que o mundo "é a totalidade de fatos, não de coisas", onde "fatos" são afirmações verdadeiras sobre coisas. Uma mesa é uma coisa; já a afirmação "a mesa é azul" é (ou pode ser) um fato. O "mundo" como o conhecemos é simplesmente a reunião de fatos conhecidos - o que "acontece" - e não de coisas distintas daquilo que podemos dizer sobre elas. É a linguagem que constrói nosso senso de mundo, nosso meio e nossas experiências. O que não podemos dizer não podemos conhecer; "sobre o que não conseguimos falar, devemos silenciar".A linguagem e os seus limites é o tema central do Tratado. Wittgenstein, Russell e outros filósofos contemporâneos estavam convencidos que que grande parte dos problemas da filosofia resultavam de um uso imperfeito da linguagem corrente, o que levava a frequentes confusões. O Tratado assume um concepção universal do Homem, desprezando não apenas a história, mas também as diferentes culturas. A linguagem e o pensamento a que se refere é uma Linguagem e um Pensamento comum a todos os homens independentemente da sua origem ou cultura. A realidade ou o mundo são universalmente partilhadas por todos os homens e têm apenas um único significado. As idéias de Wittgenstein tiveram grande influência sobre o grupo de filósofos conhecidos como "positivistas lógicos" , que, a exemplo de Hume, acreditavam, que tudo o que não empiricamente demonstrável é mero contra-senso. A partir de 1929, Wittgenstein abandona esta matriz universal da linguagem, fazendo-a depender cada vez mais da cultura a que está ligada. Este será o tema de fundo de Wittgenstein II, onde ele quase abandonou muitos de seus pontos de vista anteriores, tais como quando ele afirma que "os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo”.Em Investigações Filosóficas (1953) Wittgenstein oferece um novo ponto de vista: o significado das palavras não depende daquilo a que elas se referem, mas de como elas são usadas. A linguagem, dizia ele, é um tipo de jogo, um conjunto de peças" ou "equipamentos" (palavras) que são usadas de acordo com um conjunto de regras (convenções lingüísticas). Como no Tractatus, o mundo é construído a partir de proposições, ou proposições potenciais, mas agora a ênfase recai menos no que as afirmações "significam" (denotam) do que em como elas se desenvolvem dentro de um contexto e um conjunto de regras.Segue-se disso que o conhecimento não consiste em descobrir (ou inventar) alguma "realidade" que corresponda ao que falamos, mas sim em estudar o modo como a fala funciona. Assim sendo, a linguagem comum é o sujeito apropriado da filosofia. Problemas filosóficos tradicionais, relativos a conceitos tais corno "ser" e "verdade", são meramente confusões que surgem a partir do jargão filosófico e a tentativa equivocada de descobrir a "realidade" que ele supostamente "representa".



Resumos Relacionados


- Wittgenstein - O Dever Do Gênio

- Filosofia Da Linguagem

- O Que Os Filósofos Fazem?

- Sobre O Mundo De Sofia

- Filosofia Contemporânea. 1900 Até Hoje.



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia