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Estranhas brisas - Bojan Z
(JohnLester)

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Tenho sentido um certo desejo pelo moderno entre os amigos navegantes. Mr. Salsa já tem trazido suas interessantes leituras sobre o novo, embora de forma ainda bastante comedida e quase sempre associada ao rock. Eu também tenho lá meus momentos de aventura, procurando aqui e ali rastros daquilo que poderíamos denominar de jazz moderno. Afinal, há música mais moderna que a de um Mingus, de um Coltrane ou de um Hermeto? Será que temos, aqui e agora, o afastamento histórico necessário para dizer que tipo de música feita hoje é e qual não é jazz? Talvez somente o tempo nos possa responder certas perguntas, separando aquilo que é apenas joio daquilo que é de fato trigo. Em minhas precárias orelhas, percebo que o grande desafio moderno do jazz é o tratamento do ritmo: já sabemos que melódica e harmonicamente o jazz não tem fronteiras – o cerne da coisa parece estar na batida, no balanço, na escova rabiscando o prato e no dedão do pé sapecando o bass drum. Que diabo de batida é essa que faz de uma coisa jazz e da outra samba? Desde o two beats marcial de New Orleans, passando pelo dançante four beats do swing e pela superposição de tempos do intelectual bebop, até a desfiguração aparente do tempo no free jazz, algo sobrevive naquelas baquetas, naqueles dedos deslizando no contrabaixo, algo que nos indica com maior ou menor segurança que estamos nos terrenos do jazz. Depois do critério, digamos, objetivo do ritmo, parto para um critério bastante subjetivo: a beleza. O jazz moderno precisa ser terrivelmente chato e horrendo? Não podemos ter, ao mesmo tempo, aventuras e experimentos complexos e produzir música bonita? O jazz, ou a música como um todo, deve valer-se de aberrações extremamente enfadonhas e agressivas? Creio que não. Tenho encontrado músicos de jazz moderno com uma enorme capacidade de experimentação cuja criatividade não impede o nosso prazer de ouvir o novo. Pode ser no Japão, na Noruega, pode ser um australiano, um javanês, a batida é aquela ou quase aquela, com recordações do ragtime aqui, insinuações do blues ali, algum stride acolá. E a coisa evolui. No Jazzseen Salad (acima, à direita) deixo algumas gravações de Bojan Z e do The Bad Plus. Espero que gostem. A batida está lá. Ou quase lá.



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