Sol à Meia-Noite
(Rosie Thomas)
Alguns autores vão a grandes distâncias pesquisar suas novelas e Rosie Thomas é obviamente uma delas. Visitou a Antártica ela mesma para fazer a pesquisa para esta história, e a maneira como escreve reflete sua dedicação a seu trabalho. A claridade e a profundidade que são palpáveis em sua descrição das paisagens, dos sons, dos sentimentos, e dos processos intuitivos que andam passo a passo em conjunto com o território, não seriam possíveis sem esta experiência ao vivo. A atmosfera é construída lentamente, mas nunca aborrecidamente, durante todos os capítulos de abertura, quando o leitor é introduzido aos personagens principais e suas razões para fazer a viagem a Antártica. Histórias do passado e heranças familiares fazem parte integral na trama da história. Às vezes durante os primeiros dias na estação de pesquisa em Kandahar o ritmo é também um pouco lento. Mas quando a complacência está a ponto de se ajustar, a narrativa começa a aumentar o ritmo e a intriga para manter as páginas se sucedendo e o óleo da meia-noite queimando, até que o clímax excitante seja alcançado. Diversas surpresas estão guardadas sem serem telegrafadas nas orelhas da capa do livro, o que é ótimo comparado com muitas sinopses que fornecem demasiada informação, deixando pouca margem a especulação e à imaginação. Esta é uma história de amor e amargura e uma montanha russa emocional que abala o coração. Contem excitamento, suspense, geografia, geologia e biologia em narrativa contundente, de primeira da classe. A narrativa é enriquecida também com muita informação científica relevante, que realça a história e é narrada com simplicidade bastante para ser palatável ao não iniciado. Um livro que não pode ser deixado de lado.
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