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A ARTE É UM CAMINHO
(Lou Poulit)

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A arte é um caminho.
Para muitos, pode ser um caminho apenas de prazer, um entretenimento.
E de fato é muito prazeiroso fazer arte, mas esse caráter
estará sempre na razão direta da pretensão e do
grau de envolvimento, e portanto, do caráter do artista. A
partir do momento em que ele estabelecer objetivos específicos
para si e para a sua arte, havendo um envolvimento consistente, tais
objetivos poderão se tornar uma prioridade cada vez maior. Até
mesmo chegar a um estágio no qual o prazer, associado a um
resultado ainda não atingido, seja uma simples expectativa,
porém capaz de esvaziar o prazer comezinho de fazer arte.




Colocada dessa forma, a idéia
pode parecer antipática para muitas pessoas. Porém é
necessário levar em conta um aspecto irrecusável: Na
arte, como em outros campos da vida, pode ser muito importante o
mérito da autoria. Ou seja, pode ser imprescindível que
nos sintamos no pleno direito de considerar determinado resultado
como nosso, fruto do nosso esforço e discernimento, do nosso
talento pessoal, produto autêntico da nossa alma, principal
referência de auto-identificação.





Outros fatores sempre
concorrem para que um resultado se concretize, mas não se
completariam sem as escolhas, ainda que intuitivas, feitas pelo autor
no decorrer do processo. Para um autor lúcido do que faz, que
se empenhe em dominar uma técnica, por que motivo
estabeleceria um objetivo a ser determinado à sua revelia? Se
alguém assume um objetivo para si, qualquer que seja o seu
grau de envolvimento ele fará parte de um grupo majoritário
de pessoas, não sofrerá sérios enfrentamentos, e
não se importará muito com prazeres secundários
(nem com o julgamento que façam a respeito disso). Então
lhe será natural a associação da satisfação
ao atingimento do seu objetivo, o esmero nos meios que utiliza e,
afinal, a auto-exigência do mérito da autoria. Embora,
para um autêntico artista, de corpo e alma, não seja tão
simples assim.




O que um caminho tem de mais
importante, seria a conquista final? Ou o somatório das muitas
pequenas conquistas secundárias? A resposta mais evidente
(ambas as coisas) é a mais difícil de ser realizada.
Entretanto, em se tratando de arte, de certa forma é quase
sempre o que acaba acontecendo. Explicando, em arte, os grandes
objetivos importam em longos percursos da alma do artista, o rumo se
desloca várias vezes durante o trajeto e perde-se o sentido de
atingir exatamente o ponto almejado no início, já que
surgem outros, alternativos e igualmente sedutores, no imenso
horizonte das concepções. Quanto às conquistas
secundárias, são na verdade o dia-a-dia do artista, seu
verdadeiro prazer. É como disse uma vez Pablo Picasso: “O
artista não pode esgotar completamente sua pintura. No dia em
que isso acontecer, morrerão o artista e a sua arte”.




Vendo-se assim, o artista
mais se assemelha a um livre peregrino, de túnica, sandálias,
bastão e alforge, do que a um cruzado conquistador, que
precisa suportar o peso enorme das suas armas, prisioneiro da própria
armadura e das riquezas que seu ego exigiu para si. Enquanto o
cruzado produz destruição e pilhagem pelo caminho, o
artista cria, recria e se doa. E isso ocorre pela sedução
do espírito da arte, que languidamente se oferece como miragem
de rumos novos, para que possa exercer seu papel no mundo. A arte é
um caminho diferente de outros tantos caminhos. Porque não
existe um lugar em que deva chegar, a não ser o indevassável
âmago dos seus admiradores. E ainda que aí venha a
chegar, decerto não se conformará em ser essência,
concentrada e contida, em um diminuto vidrinho arrolhado.




Sou apenas um obscuro ser
vivente, condicionado às vicissitudes e limitações
humanas, mas tenho uma suspeita quase palpável: minha alma de
artista assegura, com um sorriso temporal, mais que
angélico e menos que demoníaco, que a arte nunca se
conformou em ser expressa e arrolhada em uma medida de capital.Lou Poulit (http://br.geocities.com/loupoulit)



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