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A criança, o adolescente e os educandos - educação e desenvolvimento
(Claudia Maria de Almeida Carvalho)

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As primeiras aprendizagens da criança relativas a outras pessoas resultam, em parte, de complexas experiências sensoriais associadas à alimentação. Seu repertório de emoções limita-se, no início, quase exclusivamente à dor e ao prazer. No processo de socialização, os pais começam a impor restrições em atividades que eram agradáveis à criança. Com respeito mútuo, a criança vai substituindo suas relações embasadas unicamente na obediência, passando a fundamentá-las também na reciprocidade. Fundamentada nas habilidades conceituais e motoras recém-desenvolvidas, a criança aprende que não é completamente passiva e dependente do ambiente, pode provocar mudanças no mundo que a rodeia, locomover-se e satisfazer algumas motivações sem ajuda dos adultos, criando, assim, a base para o sentimento de autoconfiança na sua habilidade em lidar de modo eficiente com o ambiente. entretanto, ainda experimenta sentimentos de ansiedade frente a novas situações que precisa enfrentar sozinha. Na fase escolar, ao lado da ampliação do meio social e do fortalecimento da consciência, cristalizam-se a identificação com o próprio sexo, a necessidade de auto-afirmação entre os companheiros e seu próprio desenvolvimento emocional. A maneira como o educador penetra no universo da criança assume um aspecto primordial. É importante que o professor demonstre carinho e aceitação integral do aluno para que este passe a confiar mais em si mesmo e consiga expandir-se e equilibrar-se. A criança constrói novos esquemas e comportamentos, imitando as ações e as condutas das pessoas, por isso a atitude vale mais do que as palavras. Sem que os adultos se dêem conta, elas absorvem suas atitudes psicológicas e gestos corporais. Daí a importância do modelo do adulto, e as responsabilidades dos educadores ampliam-se de maneira significativa. Culpar e envergonhar, ridicularizar e menosprezar, ameaçar e subornar, diagnosticar e prognosticar são técnicas que brutalizam, vulgarizam e desumanizam as crianças. A formação dos sentimentos morais da criança dependerá da ênfase afetiva colocada pelo adulto na relação com ela, em uma das três tendências: amor, temor ou respeito. A interação com os outros vem acontecendo com menos freqüência, pois as crianças têm-se mostrado menos inteligentes emocionalmente, estão mais nervosas, irritadiças, dispersas, ansiosas, tristes, sozinhas, ressentidas, desobedientes, com menor controle dos impulsos. A violência, a depressão e os problemas alimentares entre jovens parecem estar crescendo. Pais, parentes, amigos, vizinhos e professores não estão cuidando das crianças como deveriam, devido às exigências sociais. Isso não significa que eles as amem menos. Os adultos apenas não podem dispensar aos filhos o mesmo tempo que seus pais dedicaram a eles. Além disso, as crianças têm passado mais horas diante da televisão e do computador do que brincando com outras crianças. A família, pais ou adultos são os primeiros mediadores, apresentam o mundo à criança, ensinam os primeiros hábitos, valores, leis e regras. Interpõem-se entre a criança e o mundo lá fora. A escola representa o segundo grupo responsável pela educação de uma criança. por isso, é importante que ela se preocupe com a questão da inclusão social. Porém, assiste-se hoje ao crescimento de um mundo globalizado e consumista que atropela os valores humanos, modificando o comportamento das pessoas, em especial, dos jovens, pressionando-os a uma posição mais individualista e subordinando-os às leis do mercado, que pregam a eterna juventude, o que contribui para que os adolescentes fiquem sem referências consistentes. Verificou-se que numerosos problemas e exigências que pesam sobre os adolescentes implicam no aumento de situações que conduzem a dificuldades de ordem emocional e à intensificação das experiências afetivas. Entre os fatores apontados como capazes de intensificar a emocionalidade nos adolescentes tem-se: restrições derivadas do excesso de supervisão dos pais, ajustamentossociais ao sexo oposto; fracasso escolar; conflitos familiares ou com amigos. As particularidades dos jovens já se mostram presentes na antiguidade egípcia e greco-romana, conforme as citações: os jovens são apaixonados, irascíveis, e tendem a se deixar levar por seus impulsos, particularmente os sexuais, e neste sentido não conhecem a continência. Também são volúveis e seus desejos inconstantes, além de transitórios e veementes. Levam tudo ao extremo, seja amor, ódio ou qualquer outra coisa. Acham que sabem tudo (Aristóteles, 384-322 a.C.). nossa juventude é mal-educada, não respeita a idade, ignora a autoridade, enfrenta os professores e falta com o respeito (Sócrates, 339 a.C.). os jovens da atual geração são tão diferentes dos de outrora, agressivos, desobedientes, surdos aos conselhos dos mais velhos. Que será deles no futuro? (Hesíodo, poeta grego, século VIII a.C.). é importante lembrar que estarão presentes nessa fase, as características do momento histórico e do meio sociocultural, e que cada adolescente as vivencia de maneira extremamente particular, tendo um tempo e um ritmo próprio para cumpri-las. Nesse momento em que estão se desligando dos pais, uma relação espontânea com adultos acolhedores e compreensivos pode ser extremamente benéfica para os adolescentes. Aos pais também é aconselhado que tratem seus filhos como normais e inteligentes que são, evitando os rótulos, e atribuindo-lhes muito afeto para que superem suas dificuldades. Assim como crianças e adolescentes são interpretados sob a ótica da fase difícil, assim também os seres enquanto alunos ‘com dificuldades’, na maioria, precisam ser vistos sob a luz da compreensão, do afeto e do carinho. Não há fórmulas prontas para o educador, mas o professor precisa desempenhar seu papel, o que inclui disposição para dialogar sobre objetivos e limitações e para mostrar ao aluno, com empatia, o que a escola e a sociedade esperam dele. Quando há relacionamento de afeto e um professor atencioso, qualquer caso pode ser revertido em pouco tempo.



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