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Cerrado x Etanol
(Litrento)

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Outro dia, assistindo a um tele-jornal, vi o respeitado jornalista Carlos Chagas comentar o fato da mídia internacional está centrada agora sobre a devastação do cerrado brasileiro em virtude da pecuária e culturas como soja e a cana, visando, esta última, a produção do etanol. Ressaltou oportunamente o citado jornalista sobre a possibilidade dos países desenvolvidos esconderem sob o pretexto ambientalista o receio de que o Brasil venha a ganhar uma boa fatia no mercado internacional de combustíveis com a produção, principalmente do etanol, onde tais mercados só produzem e consomem praticamente energias não-renováveis.A verdade é que, com o barril do petróleo chegando aos 70 dólares, montadoras em diversos países, como a Alemanha, por exemplo, já estão lançando modelos de carros movidos a etanol. E o Brasil, como líder na produção de combustíveis alternativos, pode lucrar bastante com essas novas tendências. Várias nações pertencentes à UE pretendem cumprir a meta de ter 5,7% da frota de veículos movidos a algum tipo de etanol até o fim de 2010, o que é bastante promissor para os produtores brasileiros.Não é de hoje que 'eles', que não cuidaram o mínimo sequer de suas riquezas naturais, põem o olho no que é nosso, e além de tudo, com segundas, terceiras e quartas intenções. Mas, convenhamos, temos mesmo um péssimo histórico de zelo com a nossa biodiversidade.No tocante à produção do etanol no cerrado, existem alguns fatores que têm que se levar em consideração. Trata-se não de uma simples área vegetal pouco frondosa, esparsa ou, sob a ótica de alguns, algo inexpressivo em termos ambientais, mas, sim, da segunda maior formação vegetal brasileira. Uma extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda a Europa Ocidental. Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos vivam ali. O cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais sofreu alteração com a ocupação humana. Atualmente, vivem nesse bioma cerca de 20 milhões de pessoas. Fora a atividade de mineração, juntaram-se à ela, a pecuária extensiva, a agricultura mecanizada de soja, milho e algodão e agora a da cana, ajudando a acabar com o que resta do cerrado. Tudo isso aliado a outro problema de cunho social que não pode ser deixado de lado. O trabalho escravo; onde milhares de pessoas sobrevivem com péssimas e degradantes condições de trabalho.Pensando no lucro imediato, será que os investidores do setor sucro-alcooleiro estariam dispostos a fazer os investimentos necessários para combater os males da monocultura? É pouco provável. As conseqüências dessa corrida ao etanol são bastante preocupantes. A primeira, que já vem ocorrendo, é a substituição de outras culturas por cana, o que pode levar a um aumento no preço dos alimentos. A outra, como já vimos, é o desmatamento e a ocupação de novas áreas.Enfim, será que nos dias em que vivemos, com tanto debate em torno do aquecimento global devido à falta do uso adequado e responsável de nossos recursos naturais, por falta de políticas públicas sérias que possam gerir de forma consciente tais recursos, não estamos retrocedendo com esse desespero lucrativo onde poucos usufruirão e muitos serão penalizados?Energia por energia, como explica o doutor em Ciências Ambientais Rodolfo Salm, a idéia das palmeiras é uma muito mais interessante e eficaz, “Das palmeiras podem-se extrair diversos produtos úteis. Por exemplo, pode produzir-se carvão, um combustível extremamente importante. O carvão produzido a partir da concha dura dos cocos é tão ou mais poderoso que o carvão mineral, pode ser utilizado em caldeiras, pode mover trens, navios, gerar eletricidade. Por outro lado, através do óleo das palmeiras, extraído de suas sementes, pode-se produzir biodiesel para motores, como de trator e de caminhão. Elas têm o poder de recuperar áreas degradadas, ao invés de degradar áreas boas. Como não se trata de uma cultura anual, abre espaço para a suceecológica. Além do mais, palmeiras são extremamente produtivas. Nas florestas tropicais, elas constituem a principal fonte de alimento para a fauna; a alta produtividade é uma característica natural da sua família. A capacidade fotossintética de qualquer planta é proporcional à área de suas folhas”.Boas idéias em prol da coletividade e do meio-ambiente existem, resta ver se elas suplantarão os grandes interesses.



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