A paixão segundo G. H.
(Clarice Lispector)
O conflito de G.H. começa num momento de extrema solidão em seu departamento. Ao ficar com ela mesma, em uma situação incómoda, acaba por mergulhar em seu interior e começa uma viagem de conhecimento-reconhecimento, de sua própria existência como do mundo a rodeia. Trata-se de uma mulher pertencente a uma clase alta (similar à burguesa), artista empírica ou amadorista, sem formação, ou seja, sem educação formal- que, até o momento determinante de sua epifania, tem vivido uma vida plena. Entra no quarto de sua ex-empleada morena e o encontra vazio. Abre a cómoda e acha uma barata que causa-lhe terror, por isso esmaga o inseto pela mitade; ao mesmo tempo sente curiosidade, atração pelo animal, até chegar ao ponto de consumir a massa branca que sai do inseto agônico. A experiencia toda está enmarcada dentro de uma necesidade quase primitiva do personagem: seu desejo de comunicar o que lhe tem ocorrido. Esta necesidade apremiânte exige a G.H. procurar numa mão ao seu interlocutor, alguém disposto a receber e compartir sua experiência. A estratégia narrativa usada pela autora consiste em que o personagem-narrador explicita sua condição presente através do continuo posponer –pelo medo- o relato dos fatos no dia prévio, tomando elementos que fazem referência constante ao sucesso acaecido, gerando com isto mistério, desconcerto e ao mesmo tempo curiosidade. Esta experiência produce em ela uma conciência súbita do outro, de seu semelhante como um complemento de sua essência. Afinal, a protagonista sai de sua experiência e conta-a no dia seguinte.
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