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João Cabral de Melo Neto, o homem sem alma
(Humberto Werneck)

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A obra de João Cabral de Melo Neto é hoje reconhecida no mundo inteiro como primoroso exercício de poética objetiva. O jornalista e escritor José Castello, no entanto, propõe um novo ponto de vista: a chave para o entendimento de sua poesia estaria na sensibilidade e nas emoções resguardadas do poeta.Vencendo a natural aversão de Cabral à exposição pública, Castello manteve com ele, ao longo de nove meses, entrevistas semanais. Nelas, o poeta discorreu sobretudo sobre suas viagens e o impacto que cada uma representou. O Homem Sem Alma traduz o resultado desses encontros, em que Castello tenta desvendar os mistérios do homem para alcançar uma visão original do universo poético de Cabral.Castello visitou o belo e antigo prédio da Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, onde morava João Cabral de Melo Neto. Ao final, tinha nas mãos o mais extenso e aprofundado depoimento já concedido pelo maior poeta brasileiro em atividade. Material bastante para que Castello, competente biógrafo de Vinicius de Moraes em O Poeta da Paixão, se animasse a retraçar também a vida de Cabral. É o que faz, de certa forma, nesse livro - cuja ambição, contudo, vai mais além.Pela primeira vez em livro, o leitor vai encontrar a trajetória do escritor desde o Recife, onde nasceu em 1920, até o seu retiro carioca, passando pelas cidades estrangeiras - Barcelona, Londres, Marselha, Madri, Genebra, Berna, Assunção, Dacar, Quito, Tegucigalpa e Porto - onde serviu como diplomata e produziu a maior parte de sua obra. O fio das andanças desse "poeta viajante", como diz Castello, faz escala em lugares, episódios e personagens fascinantes. Na Espanha, por exemplo, onde viveu catorze anos, há um jovem Cabral apaixonado por touradas e flamenco, amigo do pintor Miró e em parte responsável, com seu talão de cheques, pelo fato de outro artista, Antoni Tàpies, não ter virado um merencório advogado. A "ginástica poética" que, a conselho médico, converteu Cabral em editor e impressor em Barcelona. Ou sua amizade com a romancista Doris Lessing em Londres e com o poeta-presidente Senghor no Senegal.Caminhando com ele, o leitor vai resvalar em figuras como Carlos Drummond de Andrade, amigo, depois nem tanto, com quem toda tarde lanchava e trocava figurinhas literárias. Manuel Bandeira, com quem se dependurava na janela para espiar o vaivém dos aviões do Aeroporto Santos Dumont. Vinicius de Moares, quase antípoda em poesia, amigo fundamental.Relato biográfico - mas não só: o que José Castello busca na errância desse "artista em trânsito" são chaves para uma poesia faminta não de metafísica, mas de concreto. A leitura desse livro ajudará a entender que João Cabral, nas cidades por onde passou, "não foi turista ou visitante; / não caminhou guias, programas: / viveu-as de dentro, habitante", como disse ele próprio do poeta e conterrâneo Joaquim Cardozo.



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