Carta de Ainsten para Freud, falando sobre as guarras
(Albert Ainsten)
Se um avião cheio de passageiros cai, se um prédio residêncial pega fogo, se um navio trânsatlantico afunda. Todos estes acidentes nos trazem enorme sentimento de tristeza e solidariedade, mas são sentimentos que o tempo nos faz aceitar e conformar. No entanto se uma bomba é atirada, atingindo inúmeras pessoas inocentes, isso nos leva à um sentimento de total indignação, o tempo pode até nos fazer esquecer o fato, mas sempre que lembrado nos leva aos mesmos sentimentos. Por que isso acontece? Porque nos revoltamos tanto com a guerra?Quando nos deparamos com a notícia de que uma guerra esta para estourar, nos vem sempre a questão: qual o motivo? Uma guerra tem sempre um motivo, mesmo que este não seja coerente ou nem mesmo aceitável. A princípio seja qual for o motivo, temos apenas um sentimento contrário, mas quando a guerra é começada é que damos conta da destruição e da indignação que ela causa.Segundo Freud em sua carta à Einsten, a principal razão por que nos rebelamos contra a guerra é por que não podemos fazer mais nada. Esta é uma colocação importante, mas temos vários fatores históricos que podem nos ajudar nesta questão. Durante muito tempo a humanidade vem passando por um processo de civilização que é responsável por tudo o que somos, e tambem por boa parte do que nos faz perecer. Analizando os textos de Freud podemos localizar três fontes de onde provém os nossos sofrimentos: o poder superior da natureza, a frágilidade dos nossos próprios corpos e a inadequação das regras que tentam ajustar os relacionamentos entre os seres humanos na familha no estado e na sociedade. Quanto as duas primeiras fontes não podemos nos hesitar muito, pois nunca dominaremos completamenta a natureza e o nosso corpo faz parte desta natureza, temos que nos submeter ao inevitável. Quanto a terceira fonte social do sofrimento, não podemos entender por que os regulamentos estabelecidos por nós mesmos não representam proteção e benefícios para cada um de nós, ao contrário nos trazem sofrimento e insegurança. Entre estes regulamentos estabelecido no processo de evolução cultural, temos a imposição de que não devemos expor nossos instintos agressivos e quando nos deparamos com outras pessoas sendo agrecivas nos vem esta sensação de injustiça, talvéz não pelo fato de sermos contrário a agressividade, mas pelo fato de não podermos ser agressivos .Muitas das guerras tem como objetivo defender a liberdade, mas a liberdade do indivíduo não constitui um dom da civilização. Ela foi maior antes da existência de qualquer civilização, embora, seja verdade que ela tivesse menos valor, já que o indivíduo dificilmente se achava em posição de defende-la. O desenvolvimento da civilização impõe restrições à liberdade, e a justiça exige que nimguém fuja à estas restrições. O que se faz sentir numa comunidade humana como desejo de liberdade pode ser uma revolta contra alguma injustiça existente, o que pode tornar-se a base da hostilidade à civilização. O impulso de liberdade, portanto, é dirigido contra formas e exigências específicas da civilização ou contra a civilização em geral. O processo de civilização que temos vivido nos aparece como um processo peculiar que a humanidade experimenta e no qual divérsas coisas nos aparecem como familiares. Podemos caracterizar este processo referindo-o às modificações que ele ocasiona nas habituais disposições instintivas dos seres humanos, para satisfazer o que, em suma, constitui a tarefa econômica de nossas vidas. Alguns destes instintos são empregados de tal que , em seu lugar, aparece algo que num indivíduo descrevemos como um traço de caráter. É imposível desprezar o ponto até o qual a civilização é constituida sobre uma renúncia ao instinto, o quanto ela pressupõe exatamente a não-satisfação, seja pela opressão, seja pela repressão ou algum outro meio de instinto poderoso. Esta frustração cultural domina o grande campo dos relacionamentos sociais entre os seres humanos. Como já sabemos, é a causa dahostilidade contra a qual todas as civilizações tem de lutar. Creio que o fato de nos revoltarmos com a guerra não seja algo que se possa explicar com teorías, talvéz Freud tenha razão, não podemos fazer nada contra as gerras e a única coisa a fazer é nos revoltarmos, mas se não podemos acabar com a guerra talvez possamos impedir que ela comece.
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