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Traficante colombiano é indiciado por lavagem de dinheiro
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SÃO
PAULO– O traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, preso nesta
terça-feira pela Polícia Federal em São Paulo, será indiciado por
lavagem de dinheiro. Segundo a PF, ele é um dos maiores traficantes de
cocaína e heroína da América Latina e do mundo, mas não realizava
operações de tráfico no Brasil.
Operação da PF prende 13 acusados de tráfico
Polícia colombiana cumprimenta o Brasil por captura de narcotraficante
Abadia,
de 44 anos, foi preso às 6h30 desta terça, em um condomínio fechado na
Grande São Paulo. Com ele foram encontrados R$55 mil, US$544 mil e 250
mil euros em cofres e compartimentos secretos da residência.
O traficante é um dos homens mais procurados pela DEA (Drug Enforcement
Administration), agência antidrogas dos Estados Unidos, por tráfico
internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Segundo o Supremo
Tribunal Federal (STF), a embaixada americana tem 30 dias para pedir a
extradição do traficante.
Ele também é acusado por 300 assassinatos na Colômbia e 15 nos
EUA. Para não ser reconhecido, Abadia realizou quatro cirurgias
plásticas no rosto enquanto esteve no Brasil.
Abadia morava no Brasil há três anos, passando pelo Rio Grande do
Sul, Paraná e estava em São Paulo há oito meses. Para realizar a
lavagem de dinheiro, criou empresas de importação e exportação, lojas
de carros, de lanchas e imóveis. Sua fortuna está avaliada em US$ 1,8
bilhão (R$ 3,4 bilhões), segundo o Departamento de Estado
norte-americano.
Em coletiva realizada às 16h30 com o Superintendente da Polícia
Federal de São Paulo, Jaber Saad, o delegado da Unidade de Repressão a
Entorpecentes de São Paulo, Fernando Franceschini, e o delegado da
Unidade de Repressão a Entorpecentes de Brasília, Júlio Ortelado, foi
afirmado que seis carros blindados, um jet-ski e uma lancha foram
apreendidos com Abadia. Com outro preso, foram apreendidas 10 armas de
grosso calibre.
“Ele tinha toda uma rede criminosa de lavagem de dinheiro, que
envolvia no mínimo seis estados, onde eram recrutadas pessoas que
montaram empresas, compraram imóveis, criaram verdadeiras fortunas como
se fossem fortunas pessoais, mas que por trás tinha o dinheiro do
tráfico de drogas da Colômbia”, informou Franceschini.
A prisão de Abadia, conhecido como Chupeta, faz parte da Operação
Farrapos, que tem como objetivo desarticular uma organização dedicada
ao tráfico e à lavagem de dinheiro. Os agentes da PF cumpriram 13
dos 17 mandados de prisão e 28 mandados de busca e apreensão, em São
Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. O traficante foi levado à Superintendência da Polícia
Federal em São Paulo.
O DEA oferecia uma recompensa de US$ 5 milhões
para quem denunciasse o paradeiro do traficante. A PF afirmou que o
prêmio poderá ser pago à instituição, mas que não "há nada certo".
"Carreira"
Segundo a Embaixada dos EUA em Bogotá, o traficante começou a
“carreira” no Cartel de Cali, aliando-se posteriormente ao Cartel do
Vale do Norte. Fundou uma empresa de medicamentos chamada Ramírez e
Cia. Ltda. no final dos anos 1980, que depois mudou de nome para
Disdrogas Ltda. e passou para as mãos pessoas de sua confiança que
pudessem proteger seus bens, entre elas seus pais, Omar Ramirez Ponce e
Carmen Alicia Abadia Bastidas.
ReproduçãoQuatro
das pessoas encarregadas de administrar a empresa foram incorporadas no
ano passado, pelo Departamento de Tesouro dos Estados Unidos, à lista
de traficantes de narcóticos especialmente designados (SDNT, na sigla
em inglês). Eram “testas de ferro” de Abadia.
A designação como SDNT, da qual “Chupeta” já fazia parte, deixa a
pessoa sujeita a sançeconômicas. São congelados os bens que se
encontram nos Estados Unidos e fica proibida qualquer transação
financeira ou comercial.
Investigação
A PF informou que a investigação, cujo inquérito tramita na 6ª Vara
Criminal Federal de SP, que é especializada em lavagem de dinheiro,
contou com o intercâmbio de informações sigilosas entre Brasil, Estados
Unidos, Espanha, Uruguai e Argentina.
O esquema desvendado pela PF após dois anos e meio de investigações
começava com o transporte de grande quantidade de entorpecentes, por
traficantes colombianos, para a Europa e Estados Unidos. O lucro da
ação retornava ao Brasil, saindo da Espanha e do México, transitando
ainda pelo Uruguai. O ciclo da lavagem de dinheiro era completado pela
organização, aproveitando-se de investimentos no ramo imobiliário
(hotéis e mansões), industrial e na compra de veículos.
Abadia está envolvido com drogas desde 1986. Em meados dos anos 90,
sua organização já enviava toneladas de cocaína anualmente para as
cidades de Los Angeles e San Antonio através do México. Células
operavam também em Nova York. Ele foi preso ao menos duas vezes na
Colômbia e ficou detido por aproximadamente três anos. Mesmo na cadeia,
continuou comandando as atividades. Bogotá negou pedido de extradição
do governo dos Estados Unidos.
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