Comportamento – A Mentira
(Carlos Rossi; Mega Arquivo)
Com suas pernas curtas, a mentira caminha no passo do homem desde que o mundo é mundo e não parece perder o fôlego. Aristóteles só aceitava duas maneiras de mentir : diminuindo ou amentando uma verdade. O teólogo Santo Agostinho, no século 4, complicou o assunto descrevendo 6 tipos de mentira
A que prejudica alguém, mas é útil a outro.
A que prejudica sem nenhum benefício.
A que se comete pelom prazer de mentir.
A que se conta para divertir alguém.
A que leva ao erro religioso.
A que salva a vida de alguém.
Segundo a psicologia, o adulto que mente constantemente é uma criança que só cresceu por fora. Mas as mentiras podem fazer parte do jogo social pela riqueza e poder, ou poupar alguém de uma chateação. Mas mesmo o mais descarado dos mentirosos se entrega e só não nota quem não presta a atenção. É quase impossível disciplinar pernas e pés. A mentira no jogo amoroso sofre influência dos costumes da sociedade em que vivem os amantes. Quanto mais tabús houver maior a tendência a hipocrisia e ao fingimento. Médicos ostentam calma fictícia, diplomatas blefam e publicitários vendem gato por lebre, como receitas para ganhar na loteria. Está na cara que é mentira, se fosse verdade o segredo seria guardado a 7 chaves. Mesmo na história didática há mentiras. D Pedro I jamais teria bradado "independência ou morte !" ao receber uma carta que o intimava a voltar a Portugal, teria sim, soltado uns palavrões. Não há provas de que Nero tenha mandado incendiar Roma em 64 DC, mas todos acreditam em sua culpa. Já disseram: a mentida repetida várias vezes se torna verdade, e de tanto essa frase ser repetida, ninguém mais diz que é mentirosa.
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