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Contos Urbanos 1
(Luís Henrique Tamura)

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O título está diferenciado em relação às Lendas Urbanas, porque no outro segmento, temos assuntos lendários. Neste vamos tratar de fatos comprovadamente registrados.Uma empresa na cidade de São Bernardo do Campo, iniciou suas atividades nos anos 50. Trata-se da Termomecânica, de propriedade do sr. Salvador Arena. Ele nasceu em Trípoli capital da Líbia que então era uma colônia Italiana. Filho de Nicola Arena e Giuditta Patessio Arena. Nasceu em 12/01/1915. Faleceu em 28/01/98, sem ter filhos. Chegou ao Brasil em 1920 instalando-se na Vila Prudente bairro de predominância italiana na cidade de São Paulo. Acompanhou seu pai no manuseio de peças e maquinários, processando sucatas metálicas. Aos oito anos de idade, começou sua carreira profissional fabricando velas para procissões religiosas. Aos 21 anos formou-se engenheiro civil pela Escola Politécnica da USP. No ano seguinte, em 1937 começou a trabalhar na Light, o primeiro emprego formal, trabalhando para implantar o sistema hidrelétrico de Cubatão. Os maquinários eram todos importados e quando necessitavam de uma reposição, era necessário fabricar outro componente. Passou a atuar como desenhista de peças, projetando em detalhes e mandando os desenhos para a fundição, chegando a superar o próprio componente original. Com um capital de 200 dólares, fundou a Termomecânica São Paulo S.A. Voltando-se para a produção de fornos e equipamentos para padarias, passando para ventiladores, trefilas, fornos de fundição, prensas, etc.Na década de 50 passou a produzir metais não ferrosos. Deste momento em diante, passou a atender toda a indústria automobilística nacional e diversos outros segmentos da indústria. Seu estilo severo e austero rendeu-lhe uma fama de ditador e de autoritário. Mas não há dúvidas quanto ao modelo empregado, estilo inovador e avançado para sua época. Valia--se de prezar acima de tudo o capital humano. Conhecia seus funcionários pelo nome e sobrenome, tanto quanto seus familiares. Foi um dos primeiros, senão o primeiro empresário a atender seus funcionários com uma cesta básica de até 60 kg em alimentos além de atendimento médico e odontológico. Antes de ser criado o 13º salário, Arena pagava um adicional no final de cada ano a cada funcionário. Primou também por criar um prêmio por produtividade, proporcionando o pagamento de 14, 15, até 18 salários de acordo com os resultados, em uma época em que não existia legislação sobre a participação nos lucros. Houve um ano em que chegou ao valor excepcional pagando até 25 salários. Para proteger seus funcionários das altas taxas de juros, criou uma cooperativa de crédito com juros subsidiados como alternativa de financiamentos pessoais. Obteve um resultado curioso ao perceber que parte dos seus trabalhadores saíam na hora do almoço para beber em um botequim nas proximidades, mandou instalar garrafões de pinga no refeitório. Diminuiu o índice de alcoolismo e aumentou a produção. Em 98 sua empresa já era líder na conversão de metais não ferrosos em semi-elaborados e acabados, com patrimônio líquido acima de 400 milhões de dólares, mais de 2.000 postos de trabalho. Para saciar um dos seus sonhos, Arena idealizou uma escola modelo dentro de sua fábrica, contratando professores que davam aulas após o turno de cada grupo em um pavilhão. A idéia acabou se convertendo em uma escola que atualmente atende a comunidade de São Bernardo do Campo e arredores no Colégio Termomecânica.
Foi premiado pelo seu empreendedorismo com reconhecimento nacional pelas revistas Exame: Empresa do ano – 1978; Melhor desempenho global dos últimos 10 anos –1980; Melhor dos Melhores – 1983; Melhor liquides do Setor Metalúrgico – 1988; Melhor dos Melhores no Setor de Siderurgia e Metalurgia – 1996; Revista Conjuntura Econômica da Fundação Getúlio Vargas Prêmio Excelência Empresarial 1992-1993-1994.
Em 1991, Salvador Arena declarou em sua carta testamento que a Fundação que leva seu nome é única herdeira de todo o seu patrimônio.
Existea versão de um fato ocorrido em uma das festas de confraternização dentro de sua fábrica, dando conta que um dos seus funcionários ao final da festa, pegou um dos pratos que serviam os pedaços de bolo, cortou uma fatia e ia cobrindo, quando o sr. Arena viu aquilo e foi em sua direção dizendo: “O que o sr. está fazendo?”, o funcionário respondeu com muita vergonha: “vou pegar um pedaço para levar pra casa.”, o sr. Arena respondeu: “não vai levar nada não, o bolo é de todos, é da festa.”. Em redor, todos se calaram, o infeliz funcionário deixou o pedaço e foi para sua casa.
Horas mais tarde, mal havia chegado em sua moradia, o funcionário foi atender a porta e para sua surpresa, o sr. Arena estava à porta com um bolo nas mãos que comprara em uma padaria e lhe disse: “Aquele bolo era da festa, este aqui é seu.”Outra situação inusitada se passou no interior da fábrica. Ele andava em companhia de um grupo de engenheiros, quando viu um funcionário recém contratado andando sem capacete. Ele parou o funcionário e perguntou qual era o seu salário. Ele lhe respondeu e o sr. Arena lhe disse: “eu vou lhe pagar uma vez e meia o seu salário, mas para você deixar de trabalhar em seu setor por dois meses e andar com duas placas, uma na frente e outra atrás com os dizeres: “Eu nunca mais ando sem capacete dentro da fábrica”.



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