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Contos Urbanos 2
(Luís Henrique Tamura)

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A maior parte das pessoas que vivem no comércio da Grande São Paulo, ou que façam parte do grupo de formadores de opinião neste país, ou seja, aqueles que escrevem e lêem, sabe que um certo homem de origem judia, que escapou da chacina na Polônia, veio para o Brasil e trabalhando com uma charrete vendendo tecidos no entorno das cidades do grande ABC paulista, conseguiu fazer fortuna e atualmente é dono de um grupo de empresas, entre as quais está a maior loja varejista do mercado brasileiro, a Casas Bahia. O que pouca gente sabe, aliás raramente se encontra alguém que conheça isso, é que o sr. Samuel Klein tinha um concorrente na época, outro judeu, também salvo das mãos do exército alemão e Adolf Hitler, trabalhou com outra charrete, igualmente sem falar o português, mas trabalhando com um intérprete, assim como o sr. Klein, foi formando riqueza.Mas enquanto Samuel Klein abriu a sua primeira loja e o outro concorrente, o sr. Cohen abriu outra com o nome de " XV de Novembro Móveis ", o sr. Klein abriu uma segunda, uma terceira e foi seguindo. O sr. Cohen com medo de ser roubado, não abriu outras lojas, preferiu investir em lotes de terreno fechados na cidade de Santo André. Atualmente é proprietário de quarteirões e quarteirões, ruas inteiras de propriedades em seu nome.Um certo dia, andando pela av. Gilda na cidade de Santo André, o velho Cohen ia dentro de um diplomata, acompanhado de um dos seus filhos o sr. Elias, com um motorista. Repentinamente o velho gritou: "pára, pára, pára.", desceu do carro parado em frente à um terreno. Olhou, viu o movimento da avenida, olhou em redor, finalizando ao dizer para o filho: "Anota o nome desta rua, o número, procura o dono, para comprar este terreno e levantar aqui um prédio comercial". O filho anotou tudo, demorou três dias para que sua equipe fizesse os devidos levantamentos, impostos atrasados, tudo o mais junto à prefeitura de Santo André. No terceiro dia o filho veio com os papéis e disse ao seu pai: "Aqui estão os dados daquele terreno pai, tá aqui, é seu, o sr. comprou este terreno há doze anos atrás." A prefeitura de Santo André a partir daquele momento determinou que não se permitisse a aprovação de nenhuma outra planta em favor da família Cohen.Isso porque a prefeitura tinha interesse em remodelar o centro da cidade, aumentar a estação de ônibus, fazendo uma estação onde se tornasse possível fazer baldeações entre ônibus, trens e tróleibus (ônibus terrestre monitorado pelo Metrô e com corredores próprios). A prefeitura de Santo André não conseguiu negociar e foi obrigada a dividir a estação em partes onde os trens e os tróleibus são acessados em um ponto, os ônibus em outro tendo ainda outra parte dos tróleibus em outro ponto da cidade.A idéia de impedir a aprovação de plantas não foi somente por causa da estação, mas também porque o grupo da família Cohen acabou por monopolizar os aluguéis da cidade. Um amigo resolveu alugar um salão comercial em Santo André. Era uma esquina que saía da estação antiga e dava acesso para São Bernardo, Diadema e Mauá. Ele reformou o prédio, pintou, remodelou a fachada e abriu um açougue. Conseguiu impactar e teve um bom retorno comercial, mas quando acreditou começar a ter retorno e lucro, o proprietário (família Cohen), começou a impor aluguéis mais altos. O Maurício reclamou a situação e disse: " Pôxa Rubens, deste jeito você vai ficar meu sócio, não dá para pagar um aluguel neste valor! Olha eu tenho um outro salão, fora do centro, mas muito maior, menos da metade do que você está me pedindo!". Ao que ouviu como resposta: "Se você tem um salão assim, então é melhor ir para lá, o que eu te aluguei não vou poder diminuir". O Maurício inconformado respondeu: "Então você prefere que eu saia do que manter o aluguel menor?". E ouviu um sim. Furioso, Maurício foi até o outro salão e não conseguiu acreditar, voltou até o sr. Rubens e lhefalou: "Eu não acredito Rubens, aquele outro salão também é seu?". E ouviu outro sim, mas desta vez sorridente. Acabaram fechando um acordo, mas o Maurício acabou tendo de sair do local onde estava.Atualmente a família Cohen é proprietária de um total superior a 30 mil imóveis alugados, em sua maioria comerciais, prédios inteiros onde estão instalados bancos, as principais ruas da cidade com algo em torno de 70 % dos imóveis em seu nome. Só para ter idéia, a Loja Marisa em Santo André pagava em 2001 o valor de R$ 40 mil de aluguel mensal na rua Oliveira Lima. A Loja Americana fechou por não conseguir mais pagar aluguel e nem conseguir negociar a manutenção da loja em uma das propriedades da família Cohen, também na R: Cel. Oliveira Lima.Também possui entre suas estruturas uma rede de postos de gasolina, os postos da rede Cabeça Branca, restaurantes, concessionárias, motéis, lojas de móveis, fábrica de móveis, uma construtora para erguer seus prédios (a Henco Empreendimentos e Construções), entre outros. Está diversificando suas atividades por não ter mais como e onde colocar todo o dinheiro que mensalmente entra em suas contas bancárias.



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