Medo da Eternidade
(Clarice Lispector)
Essa pequena narração de Clarice Lispector, contada em primeira pessoa, mostra o seu espanto e estranhamento diante de algo novo e desconhecido: o chiclete, uma bala que não acaba nunca. Bala eterna. Logo ela, que economizava o quanto podia suas parcas balas cor de rosa, que nao as chupava todas de uma vez para fazer com que o prazer durasse mais, ela agora se depara com algo instigante e aterrorizador: uma bala eterna.Segundo a experiência de sua irmã, era assim, o chiclete não acabava nunca. Às vezes se perdiam, mas nunca acabavam.Ansiosa, a autora/personagem finalmente tem a honra de provar o tal chiclete.A ilusão durou pouco, porém, pois logo a bala gostosa e docinha virava uma borracha cinza com gosto de nada, gosto de decepção.Mas se já estava ela decepcionada, como poderia fazer o mesmo com a bondosa irmã? Ao sair da escola, fingiu que deixou cair a bala eterna, pois não queria para si, jamais a responsabilidade que algo eterno pode trazer junto.
Resumos Relacionados
- Cuidado Com Os Corantes Para Crianças
- O Globo
- Bala Perdida
- A Corrida Ao Trem Bala
- Mu Lti Dao
|
|