Conceituação teórica do desenvolvimento sustentável
(Marcos Felipe Menghi Nishimura)
Apesar de ser um assunto que vem sendo discutido por pesquisadores, governantes, cientistas, empresários, autores e líderes mundiais, a questão do desenvolvimento sustentável ainda segue várias vertentes e se diverge em alguns pontos de pensamento.A expressão surgida no contexto das discussões sobre o desenvolvimento sustentável, econômica da sustentabilidade pode soar a muitos como esotérico, a outros, como mais uma adição ao rol de termos inacessíveis aos leigos, a outros mais, como uma expressão do modismo desencadeado pela ênfase sobre o verde, a outros ainda, como uma inovação vocabular de estética discutível. (CAVALCANTI, p. 17, 2001).A primeira vez que foi levantada a importância da questão ambiental ocorreu em Paris, em 1968, a Conferência sobre a Bioesfera, tendo com estudiosos os especialistas em ciências, após o evento houve a primeira Conferencia da Nações Unidas sobre Meio Ambiente, em Estocolmo em junho de 1972, esta foi a primeira vez que lideres mundiais se reuniram para discutir o assunto.Até então o desenvolvimento sustentável era visto como uma limitação do desenvolvimento econômico. Em Estocolmo, 1972, a então primeira ministra da Índia, Indira Gandhi, postou a máxima: “A pobreza é a maior das poluições”. Neste contexto as nações voltaram-se para o desenvolvimento econômico, porem com a preservação do Meio Ambiente. Nesta mesma linha, em 1992 foi realizada a Conferencia sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, chamada de Rio 92, em comemoração do 20º aniversario da Conferencia de Estocolmo. Foram resultantes dois importantes documentos, a Carta da Terra, conhecida como Declaração do Rio e a Agenda 21. A primeira visa “estabelecer acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e protejam a integridade do sistema global de ecologia e desenvolvimento”, quanto a segunda dedica-se a preparar o mundo para os futuros problemas do mundo, tendo como foco a responsabilidade dos governos.Em 1983, a ONU cria a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento como um organismo independente. Em 1987, a comissão sobre a presidência de Gro Harlem Brundtland, primeira-ministra da Noruega, materializa um dos mais importantes documentos do nosso tempo, o relatório Nosso Futuro Comum (Our Common Future), responsável pelas primeiras conceituações oficiais, formais e sistematizadas sobre o desenvolvimento sustentável.O segundo capítulo – “Em busca do desenvolvimento sustentável” define o desenvolvimento sustentável com sendo “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”. Ele contém dois conceitos-chave: o de “necessidades, sobretudo as necessidades essenciais dos pobres no mundo, que devem receber a máxima prioridade”; e “a noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização social impõe ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras”.Em 1992 no Rio de Janeiro, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, reconheceu-se à importância de assumir a idéia de sustentabilidade em qualquer programa ou atividade de desenvolvimento. Nesse aspecto as empresas têm um papel extremamente relevante. Através de uma prática empresarial sustentável, provocando mudança de valores e de orientação em seus sistemas operacionais, estarão engajadas à idéia de desenvolvimento sustentável e preservação do meio ambiente.Neste novo paradigma, Almeida (2002) diz que a idéia é de integração e interação, propondo uma nova maneira de olhar e transformar o mundo, baseada no diálogo entre saberes e conhecimentos diversos. No mundo sustentável, devemos observar o mundo pela ótica da teoria sistêmica, tudo está interligado como afirma o autor.O desenvolvimento sustentável, além de equidade social e equilíbrio ecológico, segundo Donaire (1999), apresenta, como terceira vertente principal, a questão do desenvolvimento econômico. Induz um espírito de responsabilidade comum como processo de mudança no qual a exploração de recursos materiais, os investimentos financeiros e as rotas do desenvolvimento tecnológico deverão adquirir sentidos harmoniosos. Neste sentido, o desenvolvimento da tecnologia deverá ser orientado para metas de equilíbrio com a natureza e de incremento da capacidade de inovação dos países em desenvolvimento, e o progresso será entendido como fruto de maior riqueza, maior benefício social eqüitativo e equilíbrio ecológico. Com base na linha de pensamento de Donaire, o desenvolvimento sustentável deve ser visto não separadamente do desenvolvimento econômico, mas sim como um grande modelo de gestão que traz num futuro próximo a vantagem competitiva de ser ecologicamente melhor, seguindo no mesmo sentido, Brito e Câmara (1999) ressaltam que para o Brasil poder se manter futuramente com um pais atraente para investimentos internacionais é necessário manter a sustentabilidade ambiental, segundo os autores, “o primeiro passo é promover a consientizacao ambiental da populacao, frente aos desafios do novo milênio que se inicia”. As duas visões sobre o futuro visando o desenvolvimento sustentável implica em um menor desenvolvimento econômico no presente para garantir um desenvolvimento harmonioso. Hoje vemos o crescimento econômico separadamente do sustentável, porém essa idéia em alguns anos será a de fusão entre os dois conceitos. Para um país crescer, necessita de recursos humanos e naturais. Hoje os recursos humanos são os que impulsionam e alimentam a economia. O meio ambiente, está sendo cada vez mais degradado, porém ainda existem recursos naturais que possibilitam o atendimento da demanda. Num futuro próximo o crescimento econômico estará tão dependente de fatores do Meio Ambiente quanto aos recursos humanos. O maior poder "ambiental" poderá ser um item de avaliação de potencial do pais.O sistema produtivo é o gerador de bens para a demanda do sistema econômico que por sua vez sustenta o sistema produtivo, os sistemas co-existem. Uma questão levantada por Almeida, Moraes, Souza e Malheiros (1999) é a questão deste modelo gerar problemas em algumas áreas que usam de grandes recursos naturais e causam vários impactos ambientais como na base energética (sistema produtivo) e consequentemente com a retro-alimentação exigida pelo por este modelo de gestão, ocorre uma crise econômica no sentido da demanda pela energia, e uma crise no sistema natural, pois é onde as matrizes energéticas buscarão suprir a demanda o mais rápido possível.A responsabilidade de garantir um desenvolvimento sustentável é da sociedade, de todos os humanos, não somente de órgãos governamentais e organizações, porém o maior impacto sócio-ambiental é devido às ações que visam atender a uma modelo econômico de oferta e demanda. A demanda criada pelos consumidores força uma ação de exploração tanto dos recursos naturais quanto dos humanos. Quanto maior a demanda maior será a exploração dos fatores naturais e da mão-de-obra. Na busca da diminuição dos custos de produção, a mão-de-obra é colocada contabilmente como um custo de produção. Grandes organizações no intuito de aumentar a lucratividade ofertam empregos com remuneração cada vez menor e qualidade de vida no trabalho consequentemente menor. Este cenário atual esta beneficiando as organizações e poucos consumidores.Com o crescente número de empresas, aumento da concorrência e também da complexidade dos negócios, as organizações obrigam-se a repensar o desenvolvimento econômico, social e ambiental e também buscar uma nova maneira de realizar suas transações. O aumento da produtividade devido ao incremento de novas tecnologias e da difusão de novos conhecimentos levou a um aumento na competitividade entre as empresas. Assim elas procuram investir em novos processos de gestão para obter vantagens competitivas. Em busca dessas vantagens competitivas, as o
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