As 7 Maravilhas da Antiguidade; Jardins Suspensos da Babilônia
(Luís Henrique Tamura)
O caldeu Nabucodonossor II fez da cidade de Babilônia a capital do seu império e a cidade mais próspera de todo o mundo antigo. Ela se encontrava na Mesopotâmia às margens do rio Eufrates (sul do Iraque atual). O período de existência dos jardins foi marcado pelo esplendor da cidade e do governo de Nabucodonossor. Suas medidas são supostas por interpretações e relatos encontrados por parte de viajantes e alguns historiadores como Heródoto que viveu em 450 a.C. e teria contemplado sua edificação.
Segundo ele: "...além do tamanho, a cidade de Babilônia ultrapassava em esplendor qualquer cidade do mundo conhecido" . Acredita-se que tivesse algo entre 25 a 100 metros de altura (dados menos críveis atestam que tivessem centenas de metros de altura). Os jardins eram apoiados em seis montanhas artificiais e estruturada em maciços erigidos em tijolos de barro cozido ordenados em terraços superpostos, não haviam pedras suficientes para tal obra na região e era uma prática constante nas edificações da região o uso de tijolos confeccionados em uma massa de barro misturado à palha cortada e assados ao Sol.
As montanhas artificiais eram em forma de cone e preenchidas por terra sendo vedadas por betume para evitar a infiltração da água irrigada. Nos terraços foram plantadas árvores e diversas culturas frutíferas e flores.
Atingia-se os terraços por uma escada de mármore e contemplava-se as folhagens por mesas e fontes artificiais. Segundo a versão que atribui a Nabucodonossor, a edificação teria sido realizada em homenagem à sua esposa Amytis, filha do rei Medes, que tinha saudades das montanhas verdejantes de sua terra natal, não sendo a única edificação do rei, mas a maior de uma série que incluiu templos, ruas, palácios e muralhas em um número infindável.
O casamento com Amytis estabeleceu uma aliança importante entre os dois povos. Mas Amytis ficou deprimida ao chegar à Babilônia saindo de uma terra cheia de pastagens, montanhosa, cheia de riachos e cachoeiras para residir em uma região inóspita, arenosa e plana. Seu esposo decidiu então recriar a paisagem desejada por Amytis construindo uma montanha artificial e um jardim na sua área superior.
A denominação de jardins suspensos é portanto parcialmente equivocada porque não diz respeito à jardins devidamente suspensos por cabos ou correntes, mas sim proveniente de uma tradução incorreta da palavra grega Kremastos ou do latim Pensilis que possuem outro significado, o de superpostos.
Strabo, um geógrafo da Grécia antiga tratou os jardins da seguinte forma: "Eles consistem de terraços superpostos, erguidos sobre pilares em forma de cubo. Estes pilares são ocos e preenchidos com terra para que ali sejam plantadas as árvores de maior porte. Os pilares e terraços são construídos de tijolos cozidos e asfalto. A subida até o andar mais elevado era feita por escadas, e na lateral, estavam os motores de água, que sem cessar levavam a água do rio Eufrates até os Jardins”.
Como característica climática temos uma abordagem interessante porque o local não é favorecido por atividades pluviométricas consideráveis, é mais comum a escassez e para a sobrevivência das condições implantadas no local, eram necessários os sistemas de irrigação inexistentes e que foram adaptados para estimular a permanência da flora nos jardins. Com isso foi preparado um sistema que colhia parte das águas do rio Eufrates por meio de baldes fixados à uma corda que era acionada por duas roldanas.
Com o uso das roldanas, os baldes desciam ao nível do rio, sendo preenchidos por água que era elevada para uma piscina imensa posicionada acima do nível dos jardins. De lá, as águas eram irrigadas para os jardins de maneira suscessiva, ou seja, da mais elevada para a mais inferior de maneira que a que estivesse acima destinava parte de sua água para a outra imediatamente abaixo e assim por diante.
O sistema de bombeamento pode ter sido por meio de ação manual (escravos) que faziam girar as roldanas para fazer ascender os baldes para a piscina superior dos jardins. À excessão do que foi levantado por Heródoto, outro historiador grego Diodorus Siculus (Diodoro da Sicília), afirmou que os jardins possuíam cerca de 400 pés de comprimento (121,92 metros) por 400 pés de largura e mais de 80 pés de altura (24,38 metros). Mas outros relatos atestavam que a altura dos jardins era equivalente à altura da cidade em relação à planície de sua região, ou seja, 320 pés (97,53 metros).
Para atestar a veracidade destas informações, Robert Koldewey no ano de 1899 localizou a cidada de Babilônia no centro do Iraque atual. Escavou por 14 anos descobrindo sob toneladas de areia as muralhas exteriores e interiores, a fundação da torre sagrada, conhecido como zigurate de Babel, os palácios de Nabucodonossor e a avenida principal com o famoso portal de Inana/Ishtar, que dá acesso ao complexo de templos e palácios da Babilônia. Escavando a cidadela ao sul, Koldewey encontrou uma área de subsolo com quatorze salas de tamanho expressivo e com tetos em abóbada. Os registros antigos indicam que apenas duas localidades da cidade fazim uso de pedras, as muralhas da Cidadela do Norte e os Jardins Suspensos. A muralha da cidadela do Norte já havia sido encontrada e continha pedras, portanto o que foi encontrado por Koldewey não é outro senão o subsolo dos Jardins Suspensos de Babilônia.
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