Perigos da informática em Portugal
(O próprio)
Mas quais são alguns dos perigos da informática em Portugal ? Concentremo-nos primeiro nos actuais, que muitos dos futuros serão assim evitados. 1)Primeiro, o já mencionado perigo de tomar os modelos pelas realidades, tomando a exactidão do programa pela exactidão e aplicabilidade do modelo. É tanto mais grave quanto o computador amplifica o disparate tanto senão mais do que a razão. Por outro lado, o resultado pode ser impossível de verificar. Assim, é necessário um grande espírito crítico para com os modelos, estatísticos ou outros quaisquer, que se programam em computador, tendo o cuidado de explicitar completamente o modelo e os seus pressupostos antes de iniciar a programação. 2)A ausência de legislação sobre os produtos do trabalho informático, e sobre a utilização indevida de Informação mantidas em suporte informático. Assim, não é possível ao autor de um programa regista-lo com "copyright". Por outro lado, a publicidade, com o seu despudor e atropelo usuais também entre nós, começou já a manipular por computador os dados dos seus inquéritos, com vista à melhor manipulação da opinião publica, e à promoção da publicidade individualizada através da caixa do correio e do vendedor ambulante. Além disso, vendem -se já bancos de dados com listas de potenciais consumidores forçados. Por exemplo, o comprador de um livro de xadrez que inocentemente preenche a ficha que vem dentro do livro, poderá dias depois ter à porta um vendedor de tabuleiros de xadrez, microcomputadores com jogos, e outra parafrenália. É também nesta alínea que cabem as preocupações respeitantes à utilização indevida de dados pessoais por entidades governamentais, privadas, ou outras, já extensamente estudada na literatura sobre o assunto, e sobre a qual muitos países promoveram já legislação adequada. O problema da utilização Indevida de resultados de um programa para outros fins que os originariamente previstos não é menor, sendo no entanto usualmente escamoteado. 3)A ambição do burocrata é burocratizar cada vez mais, se possível com a ajuda de um computador. Portanto, embora o computador possa contribuir para nos aliviar a todos nós do peso da burocracia, e também para libertar o ser humano que é obrigado a trabalhar nessa actividade diariamente, existe um risco bem grande de suceder precisamente o contrario. Os recibos da água, telefones etc., tornam -se incompreensíveis mais as suas siglas e abreviaturas, desnecessárias mas impostas pelo programador em nome da facilidade de programação e da eficiência da máquina. Os formulários transformam-se em "flowcharts" aos quadradinhos, de compreensão difícil e preenchimento pouco natural. As análises de casos nunca os prevêm a todos, e afunilam a liberdade de escolha individual também em nome da facilidade de informatização. A contestação de resultados é feita preenchendo novo formulário, desta vez para o programa de contestação. A burocracia torna-se ainda mais rígida. Perde-se o contacto humano na resolução dos problemas pessoais pois os "guichets" são postos "off-line". A culpa é do computador, mas não é possível pedirlhe explicações. O acesso à informação arquivada é dificultado. A prepotência ganha foros magnéticos. 4)O trabalho com computadores é mais impessoal e o seu ritmo excessivo. Neste caso, como noutros, as conquistas da ciência e tecnologia ao invés de virem aliviar o trabalho humano vêm, pelo contrário, sobrecarrega-lo, pois estão institucionalizadas em termos de lucro monetário, e não em termos de lucro humano de quem as utiliza. Assim vão a ciência e a técnica. Tanto mais que recai sobre o indivíduo o esforço e o custo educacional das especializações exigidas pelos novos "avanços'. 5)A manutenção da dependência tecnológica e de conhecimentos cerceia a capacidade de iniciativa da educação e desenvolvimento informáticos, e dificulta a organização e o planeamento a nível nacional . A exportação de "software" e a diminuição das Importações são também prejudicadas Por outro lado, a dependência tecnógica em informática contribui, em medida cada vez maior, ao aumento de dependência em muitas outras áreas científicas e tecnológicas, que já não prescindem dos meios informáticos. 6)A Informatização contribui para o aumento do desemprego, caso não se proporcione a criação de postos informáticos compensatórios. Por sua vez,. tal obriga à incentivação do ensino da informática a nível secundário e universitário, com ênfase neste ultimo numa primeira fase. pois é necessário formar os professores que assegurem a reprodução do ensino.
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