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Teatro empresa movimenta Petrópolis!

“As Empresas querem se destacar e inovar sempre, então elas buscam ousar, e no teatro essa é a palavra chave, tudo pode ser dito através do faz de conta: valores, responsabilidade, honestidade, cooperação, qualidade, sendo também uma alternativa de diversão e lazer...” Frederico Justen

Petrópolis se destaca na Serra como celeiro de artistas e pólo empresarial. Ora, por que não juntar estas duas virtudes?
Isto é o que se pode chamar de uma união de sucesso: Há algum tempo, artistas locais resolveram “invadir” o ambiente formal de trabalho e os resultados estão surpreendendo muitos empresários.

Professor, ator e diretor petropolitano, Frederico Justen é uma das pessoas que investem na parceria com empresas e hoje, além dar aulas em colégios da cidade, produz esquetes voltadas para os profissionais.

“Tudo começou em 2001, quando recebi um convite da Sola Optical Brasil, ( hoje atual Carl Zeiss Vision). Eles queriam uma performance de aproximadamente 30 minutos sobre a importância de produzir o molde e preservar a Máquina ( respectivamente, produto e instrumento de trabalho). O resultado foi um sucesso , segundo a direção, os funcionários se divertiram e aprenderam a ter mais cuidado...” Relata o ator.

Prova disso? Nos dois anos seguintes, Fred e a Cia. de Teatro Vem que tem! foram convidados pela Sola, para desenvolverem outras performances e trabalhos de motivação dos funcionários e, como o “boca boca” ainda é uma das melhores propagandas, daí surgiram propostas de outras empresas locais. Entre elas, destaca-se a Editora Vozes, que em 2007 contratou Frederico e Fábio Branco para participar da Reunião Anual de Planejamento Estratégico, com uma performance voltada para a atualização dos vendedores. Todo o texto foi pautado a partir do histórico da empresa e de depoimentos dos próprios funcionários, o que possibilitou uma maior identificação do público com os personagens.

Projetos que valorizam a inserção da cultura e arte na rotina de trabalho estão apenas começando a virar realidade no interior, mas nas grandes cidades é comum produzir festas e eventos especificamente para funcionários. Em geral, esta é uma iniciativa que parte da empresa para o arista, o que não impede que as propostas venham por parte dos grupos, ne o empreendedor contrate os serviços no momento adequado. É especificamente um trabalho terceirizado, mas com um toque de Dionísio (considerado pelos gregos como o Deus do Teatro).

“Infelizmente a Classe teatral Petropolitana, sofre muito por falta de patrocínio ou apoio, são raras as empresas que apóiam os espetáculos que aqui são produzidos, mesmo assim os grupos sempre arcam com a maioria dos gastos, isso intimida bastante a se pensar em produzir uma peça... Já no teatro-empresa as condições são um pouco mais fáceis, o ator ou grupo é contratado para um trabalho específico, em várias ocasiões mesmo que temporário,se promovendo e gerando trabalho para a classe teatral através do teatro, levando cultura e entretenimento.” Confirma Fred.

Apesar da semelhança com as montagens mambembes, a função do teatro na empresa é extremamente específica, o que modifica o trabalho “convencional”, desde a concepção do texto e personagens, até o cenário e figurinos, por isso é fundamental que os artistas conversem com o contratante e busquem o máximo de informações sobre a proposta, a empresa, o mercado e as dificuldades dos funcionários. Segundo Frederico, no primeiro momento, a empresa envia o tema sobre o qual deseja trabalhar, é feita uma pesquisa sobre a empresa e termos técnicos, uma revisão sobre os diálogos e somente depois, parte-se para a produção e os ensaios.

“As Empresas querem se destacar e inovar sempre, então buscam ousar, e no teatro essa é a palavra chave, tudo pode ser dito através do faz de conta: valores, responsabilidade, honestidade,, qualidade...Além de ser uma alternativa de lazer, pois quanto melhor o funcionário utilizar suas horas vagas, melhor ele aproveitará as de trabalho”, finaliza.

A arte dos palcos parece ser hoje, uma atividade de poucos. Virou cult? Enfim, trabalhar com teatro-empresa, além de auxiliar na divulgação deste viés artístico, pode ser uma opção para conseguir o tão sonhado “ganha pão”. Existem empresários que não patrocinam espetáculos, por não acreditarem no retorno financeiro, no entanto optam por contratarem estes serviços, em busca de resultados imediatos, afinal, eles vêm logo depois da apresentação...Os aplausos.

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