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Incidente em Antares
(Érico Veríssimo)

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Sete cadáveres insepultos abandonam o cemitério e vão para Antares, cidadezinha perdida no mapa do Rio Grande do Sul, às margens do rio Uruguai, exigir seu enterro.
As personagens são apresentadas através do diário do professor: o coronel Tibério, dono da cidade; D. Quitéria, matriarca dos Campolargos; Vivaldino Brazão, prefeito da cidade; Dr. Quintiliano do Vale, o meritíssimo juiz, o delegado truculento Inocêncio Pigarço; os médicos Dr. Lázaro (da família Vacariano) e Dr. Falkenburg (dos Campolargos); o jornalista Lucas Faia, de “A Verdade”, com o cronista social Scorpio; Pe. Gerôncio, de linha tradicional, e o Pe. Pedro-Paulo, moderno, de linha socialista, taxado de comunista; o promotor Dr. Mirabeau; o fotógrafo de origem checa Yaroslav; o paranóico teuto-brasileiro Egon Sturm, neonazista; o maestro solitário Menandro de Olinda; o Prof. Libindo Olivares, com a sua fama de grande latinista, helenista, matemático e filósofo.
A classe política tradicional da cidade - representada pelas famílias rivais, os Campolargo e os Vacariano - havia se unido para enfrentar as reividicações da classe operária. Por este motivo, quando morre a matriarca dosCampolargo, os coveiros fazem greve e recusam-se a fazer qualquer enterro.
Os mortos então se levantam, invadem a cidade e passam a vasculhar a vida dos parentes e amigos. Reúnem-se em uma ‘tanatocracia’ e elaboram um plano: empestear a cidade com o cheiro dos cadáveres até serem sepultados.
Cada qual volta a sua casa, e ao meio dia se reúnem no coreto da praça, sentados em silencio à espera do seu líder, Barcelona, um advogado.
Este se dirige à residência do prefeito para lhe entregar um ultimato verbal:
- Ou nos enterram dentro do prazo máximo de vinte e quatro horas ou nós ficaremos apodrecendo no coreto, o que será para Antares um enorme inconveniente do ponto de vista higiênico, estético... e moral, naturalmente."
D. Quitéria, numa visita aos genros e filhas, já exalando o mau cheiro do corpo em decomposição, assiste à discussão e brigas pelo seu espólio; o Dr. Cícero surpreende a esposa em flagrante adultério com um rapazinho louro, e depois dirige-se à casa do prefeito; Barcelona afugenta os policiais e dá uma lição no delegado Inocêncio Pigarço; Menandro toca enfim a “Apassionata” de Beethoven; Erotildes visita a amiga Rosinha que a recebe, sem nenhum medo (certamente porque não tinha nada a temer. ..); Pudim de Cachaça vai ao encontro do velho amigo de bebida Alambique, que o recebe também sem medo (é comovente o amor que demonstra pela esposa que o envenenara); Joãozinho Paz inicialmente conversa com o Pe. Pedro-Paulo, na praça, e depois tem um encontro comovente com a esposa grávida (Ritinha).
Tem lugar, então, um autêntico julgamento dos vivos, em que os mortos, através do seu advogado constituído, expõem os podres sobretudo das pessoas gradas da cidade: as falcatruas do Cel. Tibério e do Prefeito; a truculência do delegado Inocêncio; a pederastia e vaidade do Prof. Libindo; a caridade falsa do Dr. Lázaro; a magnanimidade hipócrita do Dr. Quintiliano. Ao expor essas mazelas da fina sociedade antarense, o Dr. Cícero arranca aplausos dos estudantes. Tomando a palavra, Barcelona, sem papas na língua, revela casos de adultério de damas insuspeitas e honradas de Antares. O mau cheiro (dos cadáveres em decomposição e sobretudo daquela sociedade podre) atrai urubus e, depois, Antares é invadida por ratos que empestam ainda mais a cidade.
Atacados a pedradas e garrafadas pelos “embuçados da alvorada” (bando de Tranqüilino Almeida), os defuntos se rendem e voltam para os seus esquifes. Por outro lado, comandada por Germiniano, uma assembléia encerra a greve e os mortos são, enfim, enterrados.
Enfim chega março de 1964 e a revolução se instala para ficar e reafirmar os valores da sociedade capitalista.
Ao final da narrativa, a julgar pelas aparências, “Antares é uma comunidade próspera e feliz”. Entretanto, uma criança que está começando a aprender a ler, soletra uma palavra perigosa, pichada no muro: “LIBER” Antes que termine, o pai, em pânico, arrasta-a para longe.



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