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O Passado e o presente da barbárie civilizada
(Elizabete G P)

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A expressão “esclarecimento” como processo pelo qual uma pessoa vence a
ignorância e o preconceito sofrem modificações substanciais ao longo do tempo.
Hoje o esclarecimento leva ao desencanto e à desilusão na medida em que hoje
ele, o esclarecimento (pensamento), se tornou mercadoria. Desde que a razão se
tornou instrumental o esclarecimento ocupa a função de enganador das massas,
pois quem tem conhecimento possui poder. “O saber que é poder não conhece
nenhuma barreira, nem na escravização da
criatura, nem na complacência em face dos senhores do mundo” (Adorno e
Horkheimer). O esclarecimento dá ao homem o poder de manipulação sobre os não
esclarecidos tornando-os alienados e fazendo-os identificar a verdade com o
pensamento ordenador. Pois o esclarecimento é autoritário. As relações entre os
homens já não se constituem relações entre “seres humanos” mas sim, entre seres
autômatos. O comportamento já não é espontâneo, ele tem uma função de acordo
com o objetivo a ser atingido e a cultura ocupa um lugar de suma importância
dentro desse quadro, porque serve para inculcar no indivíduo o comportamento
padrão esperado. O esclarecimento é um instrumento usado para produzir tudo o
que necessita através da manipulação calculada, seja qual for o instrumento
desejado, o esclarecimento conseguiu produzi-lo.

Ainda sobre o saber e o poder,
segundo Adorno e Horkheimer essa questão vem desde o mito de Ulisses que escuta
o canto das sereias enquanto que todos os outros tripulantes do navio não podem
ouvir, já que, se ouvissem morreriam. O canto da sereia representa o
conhecimento e só Ulisses (dono do navio) é quem pode ouvir o canto; todos os
outros são apenas empregados e não possuem o direito de ter acesso ao
conhecimento. Ulisses representa a burguesia; ele representa a perda da identidade,
porque para poder escapar do ciclope, ao
ser indagado a respeito de seu nome, apenas responde “ninguém”. Só ao fugir é
que Ulisses sente a necessidade de restaurar sua identidade e diz seu
verdadeiro nome ao ciclope e zomba do mesmo.

A técnica e a tecnologia, a chamada
revolução científica, só potenciam a ruína progressiva da cultura. O aumento da
produtividade econômica produz de um lado um mundo mais justo, contudo podemos
ver nitidamente do outro lado a grande maioria da população anulada diante dos
poderes econômicos dos grupos sociais que controlam os meios de produtividade.
Essa grande massa populacional fica à mercê das tendências do espírito da época
que destrói a cultura transformando-a em mercadoria para fins de consumo. E a
enxurrada de informações às quais a população tem acesso só fazem idiotizá-las.
Então nos vemos aqui concordando com Adorno e Horkheimer quando nos dizem que
“a maldição do progresso irrefreável é a irrefreável regressão”.

A nossa crença desenfreada no
progresso, e no extraordinário progresso científico são herança do iluminismo e
vem causando a desestruturação da sociedade
já que a civilização e a moral da humanidade não avançam na mesma
proporção. A noção de humanidade se dissipou no percurso feito pelo iluminismo
até a pós-modernidade, o capitalismo com suas técnicas vêm produzindo ao mesmo
tempo riqueza e miséria. A crise que aqui se funda seguramente derivará na
barbárie e o perigo é que a barbarização da vida social se torne um dado banal
da cotidianeidade.



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