Vôo 3054...II
(acreucho)
Continuação O que fazem estes funcionários da Infraero, além de tratarem mal aos passageiros? Quando somos maltratados nos guichês das companhias, não adianta reclamar com a Infraero, eles fazem ouvidos moucos e fica por isso mesmo. A Infraero, tem por responsabilidade zelar pelo bom funcionamento e manutenção dos aeroportos em todo o Brasil, tem por missão fiscalizar, fazer cumprir, punir e providenciar para que a infraestrutura dos aeroportos esteja em perfeitas condições para atender aos passageiros. Há muito tempo que os pilotos reclamam das péssimas condições de pouso em Congonhas, já aconteceram inúmeros acidentes ou “quase acidentes”, há inclusive relatos de que muitos “quase acidentes” nem são relatados, nem divulgados. Não seria missão da Infraero, fiscalizar e manter em bom funcionamento todos os equipamentos do terminal, checar para que tudo esteja funcionando corretamente, que nenhum equipamento de auxílio ao vôo esteja com defeito ou funcionando duvidosamente, se ocorresse tal coisa, não deveria providenciar a substituição? A Infraero é pra cuidar dos aeroportos, mas tornou-se um cabidão de empregos. Dizem as comadres deste país, que se houver uma CPI da Infraero, a coisa será mais feia do que o mensalão. Bem, segundo o que veio à tona com o caos aéreo, vê-se que a Infraero, absolutamente não tem cumprido com as suas atribuições. Tem parte da culpa sim, no acidente do vôo 3054, por ser relapsa em seus deveres. Outro dia ouvi uma notícia de que a Infraero iria começar uma operação “tapa buracos” no Aeroporto de Cumbica. Inacreditável! Inaceitável! Aonde já se viu um aeroporto internacional com buracos na pista de pouso? Só no Brasil mesmo. O governo tem culpa, porque é ele quem é responsável pela Infraero, é quem indica o presidente e onde estão lotados, grande número de “afiliados” dos políticos. O Aeroporto de Congonhas: Embora passando por diversas reformas e maquiagens, o Aeroporto de Congonhas já é um senhor de setenta anos de idade. Tendo passado por diversas melhorias, principalmente na parte estética e de conforto para os passageiros e no setor comercial, apresenta diversos problemas com relação à segurança para pousos e decolagens, detectadas pelos pilotos que ali operam. Quando foi construído, há setenta anos atrás, a área era deserta, estava num descampado, pouco ou quase nada havia em volta do aeroporto, mas, com o passar dos anos, com o crescimento da cidade e a especulação imobiliária, somado ao desleixo dos governos que não ficaram atentos ao crescimento da cidade em volta do aeroporto, ele foi sufocado, o que transformou o aeroporto de Congonhas numa ilha, cercada de cidade por todos os lados, colocando em risco, não só as aeronaves que ali pousam, mas a vida de quem vive e trabalha ali em volta, prova está no que aconteceu com o vôo 402 da própria TAM, cujo avião caiu sobre as casas matando 99 pessoas e destruindo parte de um bairro, em 1999. Suas pistas são curtas para os padrões das aeronaves modernas, quando foram construídas, certamente eram exatamente o que se necessitava para os velhos aviões do passado. Com o avanço da cidade sobre o aeroporto, ficou impossível, a ampliação das pistas, visto que tudo em volta é comércio, residências ou avenidas. Esta situação, de estar o aeroporto de Congonhas praticamente no meio da cidade de São Paulo, é culpa única e exclusiva dos governos que passaram, falta de planejamento e estratégia. A não previsão do crescimento da cidade e principalmente, a ganância da especulação imobiliária. Em vista disso, o Aeroporto de Congonhas é um aeroporto “sem saída”, ou seja, não tem para onde ser ampliado, uma de suas cabeceira termina numa grande avenida a outra num bairro residencial. Não há onde fazer mais obras em Congonhas. Seu futuro é a provável diminuição gradual do movimento, até tornar-se mais um aeroclube. Por não ser possível corrigir erros de planejamento, ocorridos na construção, pois, não foram programadas, áreas de escape, nem terreno para futuras ampliações da pista principal. Quem pensou o Aeroporto de Congonhas, há setenta anos atrás, nem de longe, imaginava São Paulo como ela é hoje, faltou criatividade e senso crítico, planejou um aeroporto para o movimento daquela época. Se a pista principal de Congonhas tivesse mais quinhentos metros de extensão, ou se depois do término da pista não houvesse mais nada, fosse apenas campo, a tragédia talvez não tivesse acontecido ou pudesse ser muito menor. Se houvesse áreas de escape, feitas com falso concreto, que se esmigalha e afunda as rodas quando o avião sai da pista e passa por cima delas, este desastre poderia ter sido evitado, inclusive a aeronave não teria sido perdida. O problema é que um avião, qualquer um, depois de tocar a pista em Congonhas, ou pára ou não tem para onde ir, não há solução no caso de dificuldades no pouso, foi o que aconteceu com o vôo 3054. Em Congonhas os pilotos trabalham no limite e todo limite é risco extremo, principalmente em aviação.
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