Resumo de Quem quer ser cientista em Portugal?

Existem, essencialmente, dois tipos de cientistas em Portugal. A primeira categoria designa-se por "Os Líricos" e inclui os tipos que cresceram a ler as histórias do Professor Pardal e que nunca perdiam os episódios do MacGyver. O género de miúdos e miúdas que, quando a professora de Educação Visual lhes pedia um daqueles trabalhos porque todos nós passámos: - "Vá lá meninos, agora vamos todos desenhar aquilo que queremos ser quando formos grandes!" - desenhavam um tipo com uma bata branca, uns óculos de protecção na cara e um fila imensa de tubos de ensaios cheios de líquidos coloridos a deitar um fumo. Mais tarde, a Vida ensinou-os que os tubos a deitar fumo não têm em geral líquidos coloridos mas umas mistelas incolores com uns cheiros agressivos. A segunda categoria de cientistas em Portugal denomina-se por "Os Cools" e está cheia daquela boa gente que foi para Ciência nem sabe lá muito bem porquê. São tipos que acabam um curso de Ciências que até foi giro – mas que se estivessem a estudar para enólogos estariam também contentes - e que vão parar ao mundo da Investigação Científica também sem se saber porquê. É, em geral, gente para quem está tudo bem (yoh), e que dão cabo da cabeça aos orientadores pela maneira descontraída com que vão trabalhando. Tal como os tentilhões do Darwin, estes dois ramos iniciais de cientistas evoluem e a tendência é para se diferenciarem em duas novas categorias: "Os Persistentes" e "Os-que-se-fazem-à-vida". Estes últimos são os tipos que saltam para fora da vida de investigação: arranjam um emprego, ganham melhor, têm uma vida mais estável e não precisam de fiadores para os empréstimos bancários. Conhecem o significado dos termos IRS e "Subsídio de férias e Natal". Mas ficam sempre - não haja enganos! – com a incerteza do que teria acontecido se tivessem permanecido a fazer Ciência. Os outros, "Os Persistentes" são os tipos com um Lirismo Crónico, mais os tipos que não saem da Ciência porque acham que mudar é sempre um risco e que os tempos estão duros para mudanças. Há ainda o resto da população "Cool" que enquanto continuar a curtir o que faz vai continuar a fazer Ciência. Estes são o nossos Cientistas e, para o bem e para o mal, está na mão deles a imensa responsabilidade de não trair o Professor Pardal!

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