As Flores do Mal
(Charles Baudelaire)
As Flores do Mal são confissões íntimas e reflexões sobre assuntos diversos. O autor introduz elementos novos na linguagem poética, fundindo o grotesco ao sublime e explorando as secretas analogias do universo.
Ousa abordar a figura do diabo, para escândalo dos fanáticos religiosos:
Tem piedade, Satã, desta longa miséria!Pai adotivo dos que, em sua ira sombria,Deus Pai pode expulsar do paraíso um dia,
Ideal, Vinho, Flores do Mal, Revolta e Morte – essas são as cinco sessões deste livro, mal acolhido pela crítica., É um apanhado de cem poemas, precedidos pelo Poema para o leitor e dedicado a Théophile Gautier.
A segunda edição, publicada em 1961, é acrescida de uma nova sessão: Quadros parisienses. A versão definitiva, acrescida de novos poemas, foi publicada pós mortem.
Baudelaire foi, por esta obra, condenado por ‘ofensa à moral social, religiosa e aos bons costumes’. Foi multado em trezentos francos e seis poemas forma proibidos de serem republicados. Um violento artigo no jornal Le Figaro trouxe ao poeta notoriedade. Os seis poemas censurados foram publicados na Bélgica na revista Parnoso satírico do século dezenove.
Apenas uns poucos, como o amigo Barbey d’Aurevilly, defenderam o poeta.
Baudelaire inventou uma nova estratégia da linguagem, incorporando a matéria da realidade à linguagem de sonho do romantismo, o que ofendeu enormemente a sociedade rígida de sua época.
Ficou conhecido como ‘poeta maldito’, ao lado de Rimbaud e Mallarmé. São malditos porque rompem com o modelo ‘olímpico’, criando desconforto pela ruptura com o tradicional, atentando para temas pouco abordados, em atitude de ‘rebelião’ e ‘transgressão’.
Um clássico, de estilo marcante, inimitável.
O poeta descreve-se em AS DUAS BOAS IRMÃS , como
Ao poeta mais sinistro, ao amigo do mal,Favorito do inferno e cortesão rafado,Túmulo e lupanar apontam do frontalUm leito que jamais de remorso é habitado.
Um clássico, de estilo marcante, inimitável. Leitura obrigatória para quem deseja aprofundar-se no estudo da poesia e da alma humana.
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