Poesias
(Mário Quintana)
Publicada em 1962, Poesias reúne em um só volume os livros: A Rua dos Cataventos, Canções, Sapato Florido, espelho Mágico e O Aprendiz de Feiticeiro, tendo a primeira edição, pela Globo, sido patrocinada pela Secretaria de Educação e Cultura do Rio Grande do Sul.
Poeta da modernidade, escreve em versos livres, sem rima, portanto; utiliza temas do cotidiano, palavras simples elaboradas com graça criativa, inovando sempre, e tem o talento de usar a língua com tal musicalidade que muitos de seus poemas soam como canções.
Este poeta gaúcho, terno e brincalhão, é mais que um poeta, é quase um filósofo.
Aprecie estes dois trechos de sua obra:
Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los a despeito de todas as dificuldades e obstáculos. Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE e tem a duração do instante que passa.
"Amigos não consultem os relógios quando um dia me for de vossas vidas... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira".
As ambigüidades do um mundo em que a única certeza é a incerteza, sua linguagem é rica de antíteses, e paradoxos, como em Simultaneidade
Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver! Você é louco? Não, sou poeta.
Uma outra característica de sua obra é a intertextualidade de si mesmo, ou seja, o poeta nos remete frequentemente a outros textos dele mesmo, com se refletindo e ampliando sua percepção anterior. O maior encanto deste poeta, no entanto, é escrever com a sabedoria do coração, que toca o homem comum, o intelectual, o velhos e a criança, que não pertence a nenhum tempo ou espaço, porque é universal.
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