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Conversa fiada
(site internet)

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CONVERSA FIADA Não temo a vida, tampouco tenho medo da morte. Mas entro em pânico só de pensar na possibilidade de morrer de tédio. Até porque, de todos os vícios que tenho, o culto ao marasmo é o único que luto para combater como quem briga contra uma doença passageira. A sensação da rotina é latente, recorrente e insiste em chegar quando mais espero. Mesmo morando em São Paulo, onde, dizem, tudo acontece, caio na mesmice de mim mesmo e olho para a rua lotada de carros e pessoas como quem olha para uma viela mal calçada do interior de Goiás. Melancolia terminal. E, ao fechar das janelas anti-ruído, volto para dentro e respiro aliviado com a ajuda de aparelhos. Penso que o dia-a-dia poderia ser pior caso morasse em alguma cidade pontuada pela missa de domingo ou por algum evento que promova seu produto de exportação, como o festival do tomate de Paty do Alferes ou a festa do crochê de Monte Sião. Lá, cidadãos inertes em sua própria existência, passam os dias a espera de uma novidade e quando ela chega, por menos importante que possa parecer, dá-se o milagre da felicidade. Eis o mistério da fé no homem, na sua capacidade de rir do que não tem menor graça. Na vontade inerente de acreditar que o dia de hoje pode ser melhor que a noite de ontem. Pelo menos enquanto houver assunto. E na falta dele, penso no que vale a minha presença. Acho que não muito. Nem a minha, nem a de ninguém. Mas tem coisa mais gostosa que papo furado? Tem. O silêncio absoluto. E sagrado. Shooooo...



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