Rim - Problemas
(Dr.Otto Busato; Dr.Elias David Neto)
Infelizmente, uma em cada 5.000 pessoas adoece dos rins por motivos diversos.
O rim é um órgão duplo, situado na parte mais posterior do abdômen; um deles fica junto à coluna, à direita, logo abaixo do fígado; o outro se situa à esquerda, logo abaixo do baço. Cada rim pesa em torno de 150 gramas e mede de 11 a 12 cm.
O sangue que passa pelos rins é filtrado, retirando as impurezas através de um processo chamado de filtração renal. Assim, o rim é um órgão depurador de substâncias indesejáveis ou que estejam em excesso no nosso organismo e, por isso, precisam ser eliminadas. Além de eliminar as impurezas e controlar o volume dos líquidos do organismo, o rim produz hormônios. Dentre os muitos hormônios produzidos pelos rins, destacam-se a eritropoetina, que ajusta a produção de glóbulos vermelhos evitando a anemia e a vitamina D3, que regula a absorção do cálcio no intestino.
Infelizmente, uma em cada 5.000 pessoas adoece dos rins por motivos diversos. [BR]
Geralmente, quando surge uma doença renal, ela ocorre nos dois rins, raramente de um lado só. Quando a doença renal se torna irreversível, na maioria das vezes, a perda da função é lenta e progressiva. Daí a importância do acompanhamento e da orientação médica, que visa a prolongar o funcionamento adequado do rim, mesmo com algum grau de deficiência.
A perda de 25%, 50% ou de até 75% das funções renais apresenta poucos problemas médicos. Porém, perdas superiores a 75% da função renal alteram de tal modo o funcionamento do organismo, que modificam a qualidade de vida do paciente. Neste estágio da doença, o médico deve avisar que o tratamento conservador sozinho não terá mais efeito desejado e a diálise irá substituir o rim irreversivelmente doente e incapaz de manter a vida do paciente crônico. [BR][BR]O que é a diálise ? É um processo mecânico e artificial utilizado para limpar o sangue das impurezas acumuladas pelo organismo. Os "tóxicos" que devem sair do organismo são eliminados através de uma membrana filtrante do rim artificial ou a do peritônio (uma membrana do nosso abdômen). Assim, existem dois tipos de diálise: a peritoneal que usa o peritônio como membrana filtrante e a hemodiálise que usa uma membrana artificial como filtro.
Quem pode fazer transplante ? Todo o paciente renal crônico pode submeter-se a um transplante, desde que apresente as condições de saúde disgnosticadas pelo médico. Se o paciente tiver um doador vivo aparentado é melhor. Porém, em todo o mundo, cresce o número de transplantes de cadáver. Cadáver, por exemplo, é o indivíduo que sofreu um acidente ou teve um derrame cerebral, está internado na UTI com o coração batendo, respirando através de aparelhos, recebendo nutrição por uma sonda, só que seu cérebro está morto. É como se ele tivesse sido decapitado. Tudo funciona, menos a cabeça. Segundo a lei brasileira, a morte do cérebro é sinal definitivo de que não há mais vida, mesmo que o coração ainda esteja batendo à custa de aparelhos. Esse é o doador cadáver e é para sua família que se pede a doação de órgãos.
Esperar um rim de cadáver, entretanto, no nosso país, requer paciência e hemodiálises por um longo período, às vezes anos.
A última estatística indica que a sobrevida média de um rim está em torno de quinze anos. O que quer dizer sobrevida média? Quer dizer que, no fim de quinze anos, 50% dos órgãos transplantados não estarão funcionando e que 50% estarão funcionando, não se sabe, porém, por quanto tempo. O que se sabe é que a sobrevida vem aumentando: era de cinco anos, passou para sete, para dez, para doze e agora está em quinze anos. O cálculo mais recente foi feito com pacientes transplantados na última década. Provavelmente, com a evolução das drogas atuais, a sobrevida já esteja maior.
Exceto no caso de irmãos em que é possível encontrar um doador absolutamente idêntico, a maioria das pessoas não é idêntica. Isso não tem muita importância, porque as drogas atuais são mais potentes e mais importantes do queas incompatibilidades. É claro que se doador e receptor forem idênticos, o resultado será melhor.
Quais as exigências a cumprir para encontrar um órgão compatível com o receptor? - A primeira exigência é que tanto o cadáver quanto o doador vivo pertençam ao mesmo grupo sanguíneo (A, B, AB, O) que o receptor. O fator RH não importa. Depois, é feito um teste imunológico. Encontrar o doador mais compatível é mais um critério de distribuição justa do que um critério científico que vai exercer impacto sobre o transplante. Por isso, hoje se leva muito em conta a compatibilidade A, B, O e uma pequena compatibilidade no sistema HLA para selecionar o melhor rim para determinado receptor. Do ponto de vista da qualidade de órgãos, o doador vivo e o cadáver deveriam ser iguais, mas não são, porque o cadáver sofreu um acidente ou foi operado e ficou dias na UTI e o órgão doado vai para a geladeira por 24 horas, esperando a seleção do receptor. O doador é sofrido, o órgão é sofrido. Isso não acontece com o doador vivo, que vai para a cirurgia com hora marcada e dia certo. Como num casamento, tudo é combinado antes: o dia que os noivos preferem, que a igreja está vaga e o padre, disponível.
[BR]
Resumos Relacionados
- Nobel De Medicina De 1990
- Saúde - Insuficiência Renal
- InsuficiÊncia Renal CrÔnica
- Transplantes (medicamento)
- Definição De Transplante De órgãos
|
|