Vista do Rio
(Rodrigo Lacerda)
Biografia do jovem historiador e poeta Marco Aurélio, um carioca que cresceu no prédio Estrela de Ipanema, na rua Prudente de Moraes.
O melhor amigo de Marco Aurélio, o famoso diretor de teatro Virgílio, está no hospital, com AIDS, à espera da morte. Durante quatro meses, Virgílio vai definhando até a morte. Neste período, Marco Aurélio faz companhia, dá força, e vai relembrando toda a história da amizade dos dois.
Apaixonado por arquitetura, Marco Aurélio intercala essas reminiscências da infância e juventude com uma apaixonada e poética descrição do edifício Estrela de Ipanema. Usando como contraponto a modernidade futurista do prédio, ele narra os costumes, os preconceitos, os sonhos e idiossincrasias dos cariocas da sua geração. Um retrato apaixonado da cidade do Rio de Janeiro também acompanha toda a narrativa.
Desde a infância, Marco Aurélio tem Virgílio como melhor amigo. Virgílio é órfão e foi adotado por um casal estéril: Júlio (grande industrial) e a doce e maternal Clara. Os meninos são vizinhos de prédio, brincam juntos (principalmente de torturar animais), estudam juntos, são inseparáveis.
Apesar da enorme amizade, os temperamentos são opostos. Marco Aurélio é contido, medroso, convencional. Virgílio é extrovertido, charmoso, voluntarioso e sedutor.
No apartamento de Virgílio, mora uma família de empregados domésticos: o motorista Jairo, a cozinheira Fátima e o filho deles, Miguel. Virgílio descobre um segredo chocante: Jairo e Miguel mantém um relacionamento incestuoso homossexual.
Com fortes tendências bissexuais, Virgílio inicia sua vida sexual com Miguel. Daí pra frente, torna-se um exímio conquistador tanto de homens quanto de mulheres. Na adolescência, ele começa a trabalhar como ator e, na maturidade, torna-se um diretor de teatro muito respeitado, considerado ousado e moderno.
Marco Aurélio sonha ser poeta, mas não tem o arrebatamento e a coragem do amigo. Acaba fazendo um curso de História e se torna professor. Sua relação afetiva com os pais é fria e distante. O pai é um homem niilista, ressentido, decepcionado com os rumos da política e com o fracasso ideológico de sua geração. A mãe é uma mulher egoísta, que só pensa em si mesma, em seus jantares e amigos.
Carente e solitário, Marco Aurélio tem em Virgílio sua mais cara companhia e seu maior modelo. Mas o sucesso e as constantes viagens de Virgílio afastam os dois. Marco Aurélio acaba se casando com Luiza, uma atriz que trabalhou e, depois, brigou com Virgílio.
Como Virgílio não suporta Luiza, ele se afasta de vez do amigo de infância. Ficam sem se falar por anos.
Um dia, Virgílio aparece no apartamento de Marco Aurélio. Conta que está com uma doença oportunista por causa da AIDS e que vai se internar. Precisa de um acompanhante no hospital e não quer impor esse sofrimento aos pais adotivos.
Marco Aurélio aceita ser acompanhante. A velha amizade se firma novamente e a triste situação é o ensejo para que relembre os anos de infância e mocidade. No final, Vírgílio morre e Marco Aurélio conclui: "Onde está escrito que o papel do homem na Terra é ser feliz?"
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