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O "carcomido" e o moderno
(Flávia Machado)

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O gostar de coisas antigas não se resume a gostar de coisas velhas. Quando me deparo com alguma fotografia, algum objeto antigo, não penso que aquilo é velho e carcomido pelo tempo, mas sim, que possui toda uma história subjacente. Penso que aquilo já pertenceu a alguém e que significou algo para aquela pessoa. Que aquele objeto era costume naquela época, diferentemente dos objetos descartáveis que temos hoje. O significado de uma antiguidade é muito mais amplo do que está exposto diante dos nossos olhos: ele se esconde em cada ranhura, em cada amassado de papel, nos amarelados das folhas, no enferrujado. Essas características encantam aqueles que têm olhos para enxergar cada maravilha que existe em uma antiguidade - a nossa história, nossas memórias, nossas raízes. Na minha concepção estamos perdendo nossos valores, por não dar valor às minúcias, ao tesouro que existe em cada pedacinho da nossa história. História essa que usa o passado para construir o presente e para delinear o futuro; que nos explica e nos faz pensar criticamente acerca de nossa sociedade contemporânea.Nossos jovens estão vivendo a era do descartável. Tudo é careta, tudo o que aconteceu ontem já passou – não importa mais. Já ouvi o disparate de que deveriam demolir as construções históricas, afinal “não passam de casas velhas, caindo aos pedaços”. Sim. Casas velhas. Foi o que me disse certa pessoa. Realmente. Já imaginaram demolir o Pelourinho? Ou os casarões de Diamantina ou Ouro Preto? Ah, para que o velho e acabado órgão de Mariana, que só toca músicas velhas e ultrapassadas? Para que? Se hoje temos músicas feitas em computador (que irado), internet (para que livros?) e tantas outras inovações que nossos pobres antepassados caíram em desuso, estão fora da moda. Mozart, Carlos Gomes, Bach...quem são esses? É óbvio que não sou uma militante do movimento contra a internet, ou contra qualquer inovação tecnológica (desde que não cause mais prejuízos ao nosso pobre planeta, é claro). Apenas sou uma defensora e amante da arte, do barroco mineiro, da música erudita, das nossas riquezas naturais e dos nossos velhos e bons livros. Principalmente aqueles com cheirinho de outros tempos, dos tempos de nossas avós e bisavós.Desculpem o velho clichê, mas o que falta à nossa gente brasileira? Acho que falta EDUCAÇÃO. CONHECIMENTO. INCENTIVO. ACESSO AOS MEIOS CULTURAIS. E o mais importante: condições DIGNAS de se viver.Vemos crianças e adolescentes de classes humildes se destacando em várias áreas, como esporte, música, projetos científicos, e tantos outros meios de ingresso nesse mundinho cultural que no Brasil parece restrito a poucos. Um exemplo é o garoto humilde que foi estudar no ITA. Esse é um exemplo, mas temos muitos outros. Basta boa vontade. Basta incentivo governamental.Uma estrutura familiar sólida, que possa garantir, suprir e nutrir as necessidades e anseios de nossas crianças e jovens.Um país que não investe em nossa juventude está condenado à falência social. A violência urbana está aí para comprovar. Não precisava ser assim. Mas está sendo assim. Infelizmente, para todos nós.Belo Horizonte, 16 de agosto de 2007Flávia Machado



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