Romance " Silêncio"
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O Silêncio "É uma história de amor passada no tempo actual em que as pessoas têm noções muito diferentes do universo em que se movem, (...) a visão da mulher é muito mais aberta e progressista do que a do homem; (...) é um diálogo em que eles vão divergindo, (...) vai afastando-os, (...) acaba em separação porque não conseguem entender-se, porque falam a níveis diferentes mesmo quando parece que estão a falar das mesmas coisas."(Entrevista de Daniela Reigadinha, em 27 de Outubro de 1996) A história «gira» em torno de duas personagens centrais: Lídia, cujo discurso tem a marca indelével da poesia e Afonso, cujas acções e o próprio discurso simbolizam a exactidão. É a história de um homem e de uma mulher que descobrem que não se amam, porque nunca conseguiram estabelecer um diálogo, em parte devido a uma educação que inculca o receio de perturbar a ordem de silêncio instituída pelos homens. Em O Silêncio, podemos discernir duas dicotomias: o confronto entre o diálogo e o silêncio e entre a ordenação e a desordem. Por exemplo, para Lídia o caos dentro de casa é sinal que está viva por oposição a Afonso que, temendo a desordem e a aventura, organiza metodicamente os objectos. Este livro é uma crítica ao mundo em que vivemos, onde está bem patente a desilusão face a uma sociedade onde o desenvolvimento tecnológico não tem limites e relega para segundo plano as relações humanas; as pessoas não falam umas com as outras, vivem isoladas, contactando menos umas com as outras e mais com a televisão. Logo na sua estreia como romancista, ou seja, na publicação do seu primeiro romance, Teolinda Gersão arrecadou o prémio do Pen Club português, no género ficção, em 1981.
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