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Os Sertões
(Euclides da Cunha)

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A Guerra de Canudos foi um equívoco, na opinião do autor, que nos descreve em minúcias esta tragédia nacional, dividindo o seu relato em tres partes:“A Terra”, “O Homem ”, “A Luta”.
No sertão da Bahia, onde o povo nem sequer sabe que o imperador foi destronado e o Brasil é agora uma República, surge a figura do beato Conselheiro, um louco genial, com talentos de liderança, que se propõe a criar em Monte Belo, à margem do rios Vaza - Barris, um recanto que seus seguidores, retirantes, miseráveis homens sem estudo e sem lugar na sociedade, possam chamar de lar. Ora, o movimento de tantas pessoas través do sertão, armadas, lideradas por um fanático, parece ser, aos políticos do Rio de Janeiro, uma revolução.
Inicia-se assim o maior genocídio civil da história brasileira, construído em cima de um mal entendido atroz. Tomou-se por resistência política o que era apenas uma fuga em busca de sobrevivência.
Os revoltosos de Canudos, marginalizados pela civilização, não queriam mais do que serem deixados em paz em seu canto para viverem a seu jeito simples.
No entanto, são enviadas tropas atrás do Conselheiro e sua gente, tropas estas que são destruídas pelo desconhecimento da geografia do sertão,do mal planejamento e da pouca resistência dos soldados ao clima extremo. Os soldados não têm a resistência física dos jagunços.
Ora, este fato mexe com os brios políticos do exército, que faz da questão Canudos uma verdadeira cruzada, resultando no extermínio violento de milhares de vidas miseráveis, que brilharam por seu heroísmo, resistindo até o último homem, pois Canudos não se rendeu.
Em 25 de novembro de 1986 o governador da Bahia solicita auxílio, pensando que Antonio Conselheiro iria assaltar a cidade de Juazeiro. Começa então a perseguição aos miseráveis, sob o comando do Major Febrônio de Brito. À primeira expedição oficial, comandada por Moreira César, seguiram-se as de Arthur Oscar, Savaget e Calundi.
Antonio Conselheiro morre em 22 de setembro de 1897, os últimos quatro defensores de Canudos morrem em 5 de outubro do mesmo ano. No dia seguinte, o cadáver do Conselheiro é exumado e seu crânio é enviado para estudo.
Em linguagem jornalística, porém poética, Euclides, que acompanhou o exército na última das quatro expedições enviadas do Rio, fazendo cobertura jornalística para o jornal O Estado de São Paulo, faz um verdadeiro tratado dos diversos aspectos da questão: etnia, clima, história,sociologia, psicologia, literatura, política, em Os Sertões
há um pouco disto tudo e mais alguma coisa, o que torna o livro único, não se podendo restringir o seu valor a apenas um depoimento histórico.
Na primeira parte temos um estudo detalhado do clima, da geografia, das características étnicas e sociopolíticas da região, incluindo a impressionante descrição de um soldado encontrado sentado, mumificado em tão perfeitas condições, que se aproximaram do cadáver julgando que o rapaz se encontrava adormecido.
A segunda parte nos detalha a história pessoal do Conselheiro, as condições religiosas peculiares do povo, os aspectos instigantes do fenômeno Canudos que permitiram a este louco tornar-se líder de tão grande número de pessoas.
Finalmente, em A Luta, temos a descrição dos fatos históricos, bem como a opinião pessoal do autor sobre a política nacional.
Minucioso, estilisticamente rico, tanto em vocábulos como em recursos lingüísticos, é um texto de difícil leitura, que exige do leitor paciência e reflexão, mesmo porque o abismo cultural que originou este episódio continua, infelizmente, atual.



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