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A cidade e as serras
(Eça de Queirós)

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Jacinto, homem extremamente forte e rico, nascido em Paris, no 202 dos Campos Elíseos, tem seus proventos recolhidos de Portugal, onde a família possui terras, desde os tempos de D. Dinis, com plantações e produção de vinho, cortiça e oliveira.
O avô de Jacinto, a quem chamavam D. Galeão, era um fanático miguelista. Quando D. Miguel deixou o poder, Jacinto Galeão exilou-se voluntariamente em Paris, lá morrendo de indigestão. D. Angelina Fafes, sua esposa, não regressou a Portugal. Aos 23 anos, sendo chamado pelos companheiros de “Príncipe da Grã-Ventura”, Jacinto defendia a idéia de que “o homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado”. Em fevereiro de 1880, Zé Fernandes, o narrador, após sete anos de vida na província, reencontra o amigo Jacinto no 202 dos Campos Elíseos, e é convidado a se hospedar em sua casa.
Zé Fernandes vai percebendo a futilidade das pessoas com quem convive, a inutilidade de muitas coisas da sua tão decantada civilização. Nos raros momentos em que conseguiam passear, confessava ao amigo que o barulho das ruas o incomodava e que ele atravessava um período de nítido desencanto.

Jacinto, sem perceber, estava entediado. Seu criado Grilo define o mal: o patrão sofre de "fartura".

O procurador Silvério escreve a Jacinto, informando que estão os restos mortasi do avô serão transladados para uma capela, e então Jacinto resolve viajar para Tormes.
Ocorre a mudança da civilização para as serras.
Partem os dois amigos de volta a Portugal.
Durante uma baldeação, extraviam-se as malas e ficam os dois só com a roupa do corpo. Enfim, chegaram a Tormes, onde o narrador encontra o velho amigo Pimenta, chefe da estação.
Ocorrem outros desastres: Silvério não os aguardava; os criados Grilo e Anatole não foram encontrados e o trem partiu, deixando os dois amigos sem criados e sem bagagens. Pimenta arranjou-lhes uma égua e um burro e ambos seguiram serra cima, esquecendo, por alguns instante, os infortúnios passados enquanto contemplavam a beleza da paisagem.
O mais civilizado dos homens estava totalmente à mercê das serras.
Zé Fernandes sugeriu que rumassem para a casa de sua tia Vicência em Guiães e Jacinto retrucou que ia mesmo para Lisboa. Melchior arranjou como pôde um jantarzinho, caseiro e simples, comida gostosa para a fome dos viajantes.
Jacinto regalou-se com o jantar e o caseiro, diante dos elogios, pensou que seu senhor passava fome em Paris. Após o jantar, contemplaram o céu cheio de estrelas, invisíveis na cidade.
Em breve surge uma identificação total do homem com a natureza e em tudo percebe-se a presença de Deus.
José Fernandes adormece sob os apelos de Jacinto para que lhe enviasse algumas peças brancas e lhe reservasse alojamento em um bom hotel de Lisboa.
Uma semana depois que José Fernandes, em Guiães, recebe suas malas e envia um telegrama para Lisboa, endereçado ao hotel Bragança, mas não obtém resposta. Certo dia, encontrando sua prima Joaninha, fica sabendo que Jacinto permanecia em Tormes já há cinco semanas e vai visita-lo. Jacinto está mudado, física e mentalmente: estava encorpado, corado, animado.
Um homem de bem com a vida Aproveitando a presença do amigo, Jacinto providenciou a transladação dos corpos de seus antepassados para a Capelinha da Carriça, agora reconstruída. E lhe surgiam idéias como encher pastos, construir currais perfeitos, máquinas para produzir queijos... Certo dia, ao percorrer seus domínios, Jacinto conheceu o outro lado da serra: uma criança muito franzina viera pedir socorro para a mãe agonizante. A partir desse momento, passou a fazer caridade. O povo da região começou a agradecer as benfeitorias e logo passou a circular a lenda que o senhor de Tormes era D. Sebastião que havia voltado para ressuscitar Portugal.

Convidado por Zé Fernandes para o aniversário de tia Vicência, e aí notou uma frieza por parte dos habitantes da região, pois eles pensavam que o senhor de Tormes fosse miguelista como o avô e que pretendia restituir D. Miguel ao poder
Este jantar serviu de pretexto para o narrador mostrar a mentalidade atrasada da sociedade serrana, um abismo entre a ignorância e o progresso.

José Fernandes levou o amigo até Flor da Malva, para visitar sua prima Joaninha e, no caminho, encontram João Torrado, um velho eremita que saúda Jacinto como um profeta, e trata-o como "pai dos pobres". A chegada a Flor de Malva prepara o desfecho do romance. Joaninha, moça linda, está destinada a ser a senhora de Tormes.Jacinto casa-se com ela em maio, na capelinha de azulejos.
Cinco anos se passam em plena felicidade. Os caixotes embarcados de Paris enfim chegaram a Tormes e servem para demonstrar o total equilíbrio do protagonista, aproveitando o que poderia ser aproveitado e desprezando as inutilidades da civilização. Algumas vezes Jacinto fala em levar Joaninha para conhecer o 202 e a civilização, mas o projeto, é sempre adiado.

Certamente Jacinto descobrira seus melhores valores: era feliz e fazia os outros felizes.



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