Como são as partidas de RPG?
(Igor Vinicius Sartorato)
E como são as partidas de RPG? O mestre chega ao jogo com uma aventura já esboçada (extraída de um manual como este ou criada por ele próprio), na qual os outros jogadores representarão um personagem. Como qualquer outra história, uma aventura deverá ter começo, meio e fim; porém, as aventuras de RPG não são como qualquer outra forma de ficção, pois um mestre não será capaz de pensar em todos os detalhes da história antes do jogo começar. Isto ocorre porque os jogadores sempre farão alguma coisa que não estava prevista na estrutura da aventura e o mestre terá que adaptar rapidamente seus planos à nova situação. Essa é a diferença principal entre o RPG e os chamados “RPG de computador” ou os “livros jogos” e “aventuras solo”, pois estes não são capazes de imaginar respostas para situações imprevistas, mas um mestre é. Justamente este processo flexível de criação de histórias coletivas e espontâneas é que faz do RPG uma experiência única. O mestre inicia descrevendo o lugar onde estão os personagens, o seu nível de tecnologia, costumes, detalhes da política local, e então leva a história até um ponto onde os personagens começam a atuar, a ter de resolver situações, resolver charadas e interagir com outros personagens. O sucesso do jogo passa a depender de um esforço coletivo, uma espécie de teatro de improviso onde as dificuldades e surpresas são colocadas pelo mestre, enquanto os outros jogadores (personagens) ficam responsáveis pelas ações e iniciativas. O objetivo de todos é sempre tornar o jogo instigante e divertido. Ao final, uma aventura diferente terá sido criada, e, portanto um RPG não é um jogo no sentido convencional, e sim um método para criação de histórias dentro de universos ficcionais que vão sendo explorados coletivamente.
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