O Jornalismo e as conveniências-- Pobre Maddie
(o Póprio mais Internet)
14 Junho 2007 Madeleine Mccann, Jornalismo e Conveniências O pai de Madeleine Mccann mostrou-se chocado por os jornalistas britânicos terem invadido a zona de Odiáxere assinalada como possível localização do cadáver da filha: achou-os inoportunos, inconvenientes e obstrutores do trabalho da polícia; criticou mesmo que tivessem publicado a carta anónima antes de a entregarem às autoridades, temendo ele que isso prejudique a investigação. O senhor serviu-se desalmadamente dos jornalistas, quis pô-los ao serviço da sua (legítima) cruzada, correu atrás deles a pedir-lhes presença, atenção, protagonismo. Quis que o seguissem para toda a parte. Alimentou-lhes a fome com fotos e filmes da filha. Fez tudo para evitar que saíssem do Algarve. Acontece que a imprensa seguiu o caso, não por especial solidariedade com o casal, ou por particular sensibilidade pelo desaparecimento da menina. Os jornalistas acompanham o assunto à procura de dor, lágrimas e sofrimento que aumentem as tiragens, melhorem as audiências ou tapem buracos de noticiários. Agora, face à perspectiva de um grande "furo" informativo, vale tudo. Alguns destes jornalistas farejam avidamente a morte, como os cães que agora contratam para encontrar o cadáver da criança, antes que a polícia chegue. E, nesta cruzada, não há pai para eles! O pai inglês não percebeu isso? Temos pena! Está a colher a tempestade que semeou.
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- O Globo
- Jornal De Notícias
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