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Um Capricho
(Artur Azevedo)

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1870 - Um velho fazendeiro viúvo tem uma filha muito tola, mal educada e caprichosa: ZULMIRA. EPIDAURO PAMPLONA, um rapaz bondoso e honesto, apaixona-se por ela e pede sua mão em casamento. Zulmira diz que só aceita com uma condição: Epidauro tem que conseguir que seu nome seja publicado no jornal. Só depois dessa prova de fama e notoriedade, Zulmira consentiria em ser sua esposa.
Apesar de achar aquilo um capricho, Epidauro gosta da moça e começa a tentar, de todas as maneiras, que seu nome saia no jornal. Ele manda notícias de pouca importância para uma folha local: sobre o tempo, sobre o aniversário de algum vizinho, sobre uma cadela que deu ninhada, etc. São notícias tolas que, naturalmente, acabam não sendo publicadas.
Epidauro viaja então para a Corte. Da estação central, segue direto para um dos jornais de grande circulação. Faz diversas críticas ao serviço da estrada de ferro e pede que publiquem seu nome como informante. Entretanto, essas críticas não são publicadas.
Ele não desanima. Descobre que estão recolhendo dinheiro para as vítimas de uma enchente e que uma lista com o nome dos doadores seria publicada no jornal. Ele doa cinco mil-réis, mas como sua caligrafia é péssima, publicam Epifânio Peixoto em vez de Epidauro Pamplona. Ele tem vergonha de pedir errata e doa mais dois mil-réis. No dia seguinte, sai: “Com a quantia de dois mil-réis, que um cavalheiro ontem assinou, perfaz a subscrição tal a quantia de tanto que hoje entregamos, etc. Está fechada a subscrição.”
Epidauro tenta fazer Zulmira esquecer o capricho, mas não tem jeito. Ainda se ele se chamasse José da Silva, seria fácil, mas ele é o único Epidauro Pamplona de que já tinha tido notícia. Escreve, então, uma poesia para um outro jornal e sai a resposta: “Sr. E. P.: Não seja tolo.”
Como último recurso, Epidauro rouba um queijo de Minas de uma loja e é preso. Na delegacia, fica animado ao dar seu nome, mas o oficial, vendo que ele é rapaz de família, dispensa-o dizendo que ele fique tranqüilo. Seu nome não sairía no jornal.
Epidauro já estava decidido a tudo. Matar um homem se fosse necessário. Prestou um teste para uma escola pública. No dia seguinte saiu o resultado: “Houve um reprovado.” Era ele.
Ele decide visitar o imperador para ver se consegue sair nas colunas sociais, mas, antes que o faça, cai de cama com febre e morre. No dia seguinte, Zulmira vê finalmente o nome do namorado no jornal: “Epidauro Pamplona, 23 anos, solteiro, mineiro - Febre perniciosa.”
O velho fazendeiro, que não sabia do combinado, disse: “Coitado! Foi a primeira vez que viu publicado o seu nome."



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- Jornal Do Brasil

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