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Epaminondas
(Artur Azevedo)

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O Dr. Lacerda era um advogado respeitado e abominava mentirosos. Ele tudo perdoava ao filhinho de nove anos, Epaminondas, menos faltar à verdade.
Dr. Lacerda gosta da esposa, Dona Sidônia, mas, nos tempos de juventude, tivera uma amante chamada Esmeralda. Depois que Esmeralda partiu para a Europa, Dr. Lacerda tornou-se um marido exemplar e nunca mais traiu a esposa.
Dona Sidônia confiava no marido, mas guardava mágoa do marido por causa do passado de infidelidade. Segundo ela, se descobrisse um novo “tropeço” do marido, cometeria o suicídio imediatamente.
Um dia, o pequeno Epaminondas estava no escritório do pai. Dona Sidônia viria buscá-lo logo mais para ir com ele ao dentista. De repente, abriu-se a porta do consultório e entrou Esmeralda, a antiga amante. Ela havia retornado da Europa, depois de tantos anos. Sem fazer caso do menino, a turbulenta ex-amante abraçou e beijou com veemência o Dr. Lacerda que, em vão, tentava afastá-la. Epaminondas, de olhos esbugalhados, assistia a tudo.
Nisso, o Dr. Lacerda ouviu um barulho na escada e reconheceu os passos da esposa, que subia. O pobre diabo afastou a ex-amante e implorou que ela se escondesse no quarto ao lado. Esmeralda obedeceu.
Dona Sidônia entrou no escritório e percebeu a agitação do marido. Além disso, ele estava com o colarinho e a gravata descompostos. Ela insistiu para saber o que tinha acontecido, com quem Lacerda falava. Ele mentiu que ninguém tinha estado ali.
Então, Dona Sidônia interrogou o filho. Epaminondas, que jurara jamais mentir, deu a “ficha completa” do ocorrido. Disse que ali tinha estado uma senhora, de chapéu grande, que dera muitos beijos e abraços no pai e se escondera no quarto ao lado.
Dona Sidônia foi até o quarto e não encontrou ninguém lá dentro. Esmeralda, experiente nessas situações difíceis, já tinha fugido por outra porta.
Enquanto isso, o Dr. Lacerda implorava ao filho:
? Epaminondas, é preciso mentir; senão, tua mãe mata-se!
Quando Dona Sidônia voltou ao escritório ele a recebeu com uma gargalhada e mentiu que tudo não passara de uma grande brincadeira, uma comédia arranjada por ele, com o auxílio do Epaminondas.
Dona Sidônia perguntou ao menino se aquilo era verdade e Epaminondas, mentindo pela primeira vez em muitos anos disse que sim. Dona Sidônia não se fez de rogada. Disse que já sabia que era uma brincadeira. Que o marido nunca ficaria aos beijos com uma mulher na presença do Epaminondas.
Dr. Lacerda, aliviado, concordou e se despediu da esposa que ia levar o menino ao dentista.
Deste dia em diante, Epaminondas passou a mentir por todos os poros.



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