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Os Devaneios do General
(Érico Veríssimo)

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De 1893 até 1895 aconteceu, no Rio Grande do Sul, a sangrenta Revolta Federalista, onde os federalistas — conhecidos como Maragatos e representantes da elite proprietária de terras — lutaram contra os Republicanos, conhecidos como Chimangos e apoiadores da nova situação imposta pela proclamação de Deodoro. “Os Devaneios do General”, de Érico Veríssimo, é um conto sobre um general chimango, CHICUTA CAMPOLARGO. Ele já tinha cinqüenta anos na época das batalhas e, no tempo do conto, 1920, já está velho e aposentado. O general tinha sido um homem poderoso e temido. Políticos vinham beijar sua mão e uma palavra sua mudava o rumo das eleições. Ele era convidado para ser padrinho das crianças que nasciam e dos casamentos, mas era bem mais temido do que amado. Homem severo com os escravos e autoritário com os serventes, Campolargo ostentava com orgulho seu sobrenome e dizia que a autoridade lhe corria naturalmente pelas veias. Na guerra, foi sanguinário. Atacou de surpresa os “malditos maragatos” e sua tropa degolou mais de uma centena. Durante toda a vida, o general só tinha conhecido um verbo: mandar. Seu lema, que não se cansa de repetir e que reflete bem a sua personalidade é: “Inimigo não se poupa!” Só que passou o tempo e Chicuta tornou-se um velho decrépito. Sempre de pijama, sentado numa cadeira de balanço, ele passa os dias lembrando dos velhos tempos, resmungando palavras de comando para o vento e cuspindo sua raiva contra todo tipo de modernismos. Para seu desgosto, não conseguiu ter um filho homem, apenas uma filha que, por sua vez, lhe deu uma NETA. Esta, finalmente, deu-lhe um bisneto homem, CHIQUINHO, mas o general fica irritado por achar o menino mole, sensível demais, um tonto. Para completar, Chicuta começou a ser cuidado por um enfermeiro que o “tortura”: nega-lhe água quando tem sede, retruca aos seus comandos, ridiculariza-o. Isso acontece porque, anos antes, quando ainda mandava e desmandava, Chicuta mandara matar um negro, só por ter sabido que ele era cabo eleitoral de um inimigo político. E era justamente o filho desse assassinado, PETRONILHO, quem tinha se empregado como enfermeiro. Sabendo da decadência do general, resolvera se aproximar, só para assistir e gozar o fim do velho. Chicuta Campolargo tornara-se um homem patético. Tanto poder, tanta violência, para acabar numa cadeira de balanço, sendo insultado por alguém que representava tudo o que desprezara ao longo da vida. Mas o castigo do general é bem merecido. Na última cena do conto, o netinho “sem fibra”, Chiquinho, traz uma lagartixa degolada para mostrar para o avô. Chicuta fica animado: “Seu patife! Seu canalha! Degolou a lagartixa? Muito bem. Inimigo não se poupa. Seu patife!”, e afaga a cabeça do bisneto, com uma luz de esperança nos olhos.



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