Mirandolina
(Carlo Goldoni)
Veneza, Itália, 1750 - Mirandolina é a estonteante dona de uma pensão. Todos os homens se apaixonam por ela e, sabendo desse poder, Mirandolina manipula-os como quer. O criado Fabrício gosta dela há anos e sempre a pede em casamento. Ela, porém, ainda é jovem e quer se divertir um pouco mais antes do casamento. Assim, deixa Fabrício no “banco de reservas” enquanto aproveita a vida.
Na pensão, estão hospedados três nobres: o milionário Conde de Albafiorita, o pobre Marquês de Forlipópoli e o misógino Cavaleiro de Ripafratta. O conde e o marquês competem abertamente pelo amor da hospedeira, tentando conquistá-la com dinheiro e presentes. O engraçado é que o conde é um gastão, levando à loucura o pobre e sovina marquês (que nunca consegue igualar-se na riqueza dos presentes). Apesar de manipular espertamente os dois nobres, Mirandolina está interessada principalmente no terceiro hóspede: o cavaleiro de Ripafratta. Ele é inimigo declarado das mulheres e do amor romântico, afirmando que nunca se apaixonaria. É um personagem divertidíssimo, claramente homossexual enrustido. Seus discursos contra as mulheres compõe algumas das cenas mais engraçadas da história do teatro. Sua misoginia transforma-o em alvo irresistível para a sedutora Mirandolina. Conquistar seu amor passa a ser um desafio, um verdadeiro jogo de poder.
Duas mulheres aparecem para se hospedar na pensão: as belas Hortência e Dejanira. Estão vestidas como nobres, mas Mirandolina logo descobre que são, na verdade, atrizes à espera de um grupo de teatro que está para se apresentar na cidade. Na falta de outra roupa, chegaram envergando os figurinos de uma das peças. Mirandolina convence as duas engraçadas atrizes a continuarem representando papeis de mulheres ricas. O plano é que seduzam o conde de Albafiorita e o marquês de Forlipópoli, tirando-os do caminho para que Mirandolina possa “regenerar” o inimigo das mulheres, cavaleiro de Ripafratta. As atrizes aceitam o plano por causa dos presentes que podem arrancar dos nobres e adotam os nomes de Baronesa Hortência de Monteclaro e Condessa Dejanira dos Bugalhos.
Enquanto as atrizes distraem o marquês e o conde, Mirandolina vai seduzindo o cavaleiro e despertando os ciúmes do criado Fabrício. O cavaleiro resiste enquanto pode, mas acaba sucumbindo aos encantos da hospedeira. Quando declara-se apaixonado, Mirandolina diz que só queria provar o poder das mulheres e o despreza. Também ridiculariza o marquês e o conde, enganados pelas duas atrizes. Vitoriosa, diz que vai se casar com Fabrício, mas fica bem claro para o público quem é que vai mandar no casamento. Um desenlace surpreendentemente feminista para a época em que foi escrita a peça.
Na última fala, Mirandolina dirige-se diretamente ao público: “Tirem algum proveito do que aqui se passou. Saibam proteger os seus corações. E toda vez que eles vacilarem... toda vez que estiverem a ponto de ceder, de cair, de perder-se... reflitam bem, e lembrem-se de Mirandolina.”
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