Resumo de A MORTE E A MORTE DE QUINCAS BERRO DÁGUA

Era bem cedo quando a negra vendedora de quitutes na beira do cais chegou ao alto do morro no sujo quartinho onde morava Quincas Berro Dágua e o encontrou morto estirado num catre imundo. Saindo chorando desesperadamente a contar para toda aquela gentalha formada de vagabundos, jogadores e prostitutas, uma verdadeira escoria de moradores e freqüentadores do pelourinho, do mercado, do cais do porto. Foi um grito de choro que ecoou por toda a Bahia e a tristeza se expandiu por todos lados. Foi uma comoçao geral. Luto nos prostíbulos.O santeiro único que conhecia a família do Quincas correu a avisá-los.Tão logo chegou à casa da filha causou um transtorno, porque Quincas já havia morrido para os visinhos para os netos, porque causava vergonha sua vida de bêbado caído pelas ruas no meio daquela gentalha. O que fazer? afinal era seu pai, devia trazê-lo para sua casa a fim de ser velado com dignidade. Seu marido não concordou, reuniu o irmão um comerciante bem posicionado, sua irmã matrona de ancas largas. Assim os quatros se reuniram para discutir o que fazer com o morto em um restaurante comendo a se fartar pensando se ficariam com sua pensão. Ele era aposentado de uma repartição fazendária. Distinto funcionário publico que abandonou sua família a cerca de dez anos por não agüentar mais a sua mulher mandona. Passou a ser a vergonha da família e por isto também foi um campeão de mortes. Morreu três vezes. Após muita discussão, resolveram deixar o morto na ladeira. Evitariam transtornos e despesas. Depois convidariam os amigos para uma missa de sétimo dia dizendo que ele tinha morrido no interior. Foram até ao barraco onde estava o morto se horrorizando de tanta miséria e sujeira. Contrataram os serviços de uma funerária que arrumou o morto, lavando-o e fazendo sua barba, transformando-o novamente no distinto e pacato senhor Joaquim Soares da Cunha. A noticia chegou ate Curió, Negro Pastinha, cabo Martim e Pé- de- vento seus melhores companheiros saindo ao encontro do morto que trazia um sorriso nos lábios parecia estar zombando de todos, com aquela costumeira galhofa. Não acreditavam que o Quincas tivesse morrido em terra firme, pois tinha prometido morrer no mar. Ao se aproximar não o reconheceram dentro daquelas roupas novinhas com aquele reluzente sapato e barba feita. A família não acreditando ser possível gente tão maltrapilha. Mas enfadonhamente já pensando em se livrar de passar a noite toda ali, cada um tinha o que fazer e as mulheres não poderiam permanecer naquele lugar à noite porque o ambiente era desfavorável a senhoras tão distintas. Quincas era muito estimado naqule lugar por ser inteligente, amigo e prestativo, possuía este apelido por certa vez ter bebido uma garra de um gole só pensando ser pinga, mas era água então ele deu um berro que toda a Bahia ouviu aaaaaaaaaguaaaaa, daí Quincas berro dágua. Os amigos foram se ajeitando pretendendo passar toda a noite. O genro saiu para levar a Sua mulher ao ponto de ônibus e o irmão já pensando em como seria aquela noite combinaram de voltar no outro dia e deram dinheiro àqueles para comprar pinga e salame. Se embebedaram e passaram a disputar suas roupas,tirando-as pois estava calor.Passaram a colocar bebidas na boca do morto, sentando-o .Lembraram da moqueca que seria servida no barco de mestre Manoel e arrastando o morto saíram com ele ladeira abaixo, dizendo que era aniversário de Quincas que era mentira que ele tinha morrido, chamaram as mulheres que tinha decretado luto e não teriam função naquele dia. Quitéria era o amor de Quincas saiu pulando de alegria por descobrir que era mentira a morte de seu amado, assim de bar em bar arrastando o morto como se estivesse de porre o levaram para o barco para saborear a moqueca de Arraia. Quando estavam no barco veio uma tempestade e Quincas caiu para sempre no fundo do mar morrendo pela terceira vez. Agora para sempre no mar. Assim se passou mas ninguem acredita. Sua familia conta outra historia. Este romance eu considero como um momento de prazer, uma verdadeira obra prima do autor. Uma delícia de se ler.

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