Amor on-line
(Norma Emiliano)
Na subjetividade, o amor tão familiar e ao mesmo tempo o AMOR tão distante - Olá, estou no Brasil. - Olá, estou em Portugal. Dia e noite num mesmo espaço. O desenvolvimento tecnológico permite que os tempos se confundam. O que a maioria das pessoas não sabe é que na subjetividade os tempos também se misturam. O encontro on-line, hoje, tão comum, favorece as pessoas a entrarem em contato com outros indivíduos que dificilmente cruzariam. De outra forma, os contatos virtuais trazem à tona identidades que afloram no anonimato, bem como favorecem a liberação de sentimentos não resolvidos e retidos no tempo através do inconsciente. No primeiro momento dos relacionamentos, deposita-se no outro o que se deseja e sente-se (transferência). Não há clareza de visão sobre o outro. Até porque este comportamento é mantido na interação dos parceiros. No encontro virtual a possibilidade da transferência se amplifica. Fala-se que é comum a mentira e a desconfiança entre os encontros on-line, mas os relatos dos que se encontram nesta situação, na maioria dos casos, negam estas crenças. Cada vez mais, neste mundo de insegurança pública (roubos, tiroteios, violências, etc.) as pessoas se isolam em suas casas, mas a natureza humana é social. O ser humano anseia por afeto e interações. Assim, o aumento de freqüentadores dos "Chats" e site de encontros vem crescendo. Tanto no mundo real quanto no virtual há etapas no processo do enamoramento, mesmo que estas rapidamente se concluam e não se construam vínculos que sustentem uma relação. Na falta dos vínculos, as diferenças quando surgem não são toleradas muitos menos pensadas em termos de negociação. Assim, no real ou no virtual, tempo (de conhecer, de conquistar, entender) e vínculos constituem o invólucro da relação. Numa perspectiva de distância real, como a de países, dificilmente o encontro real ocorre de forma instantânea. No contato do dia- a -dia aflora todos os sentimentos presentes, os retidos no passado e os atuais; descobertas dos diversos "eus" (sedutor, sonhador, etc.) são propiciadas pelo anonimato, transformando a tela numa obsessão diária da dose do amor sonhado. Por quanto tempo? É na expectativa do real que se fomenta o virtual. No avanço tecnológico, a imagem e a voz se fazem presentes na distância. As câmaras possibilitam que as expressões sejam trocadas. Entre palavras, letras e expressões o amor acende. On-line, "eu e você" se misturam mais e mais na forma do encantamento. Na distância entre mares, tudo pode acontecer na intersubjetividade. O amor existe dentro de cada ser humano de uma forma subjetiva. Na interação, os amores se encontram e precisam negociar para que o amor familiar (apreendido, recebido, conhecido) se transforme no AMOR pelo outro. Virtual ou real, os encontros expressam as diversas formas de sentir e dar amor
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