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A Luneta Mágica
(Joaquim Manuel de Macedo)

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A Luneta Mágica é uma narrativa em primeira pessoa e que se afasta do romance ligeiro de complicações amorosas, aproximando-se do nada. Oscila entre a fábula, o conto de fadas e a historieta, tudo entremeado de digressões que acreditam ser filosóficas, para tanto as freqüentes e nem sempre oportunas especulações sobre o bem e o mal se conduzem através de um discurso em que predomina o lugar-comum romântico, enunciado por um narrador-personagem chamado Simplício, que proclama sua miopia física e moral desde a primeira página.Herdeiro de uma grande fortuna, comerciante medíocre, só não acaba pobre graças aos cuidados de sua tia Domingas, religiosa hipócrita e dissimulada, de seu irmão Américo, que graças à fortuna da família, incluindo a parte de Simplício, consegue importantes cargos públicos e da prima Anica, filha de Domingas, que usa a fortuna de Simplício apenas para seu conforto. Aos 18 anos, Simplício procura mestre e doutores para corrigir sua miopia moral e física. Sem resultados, mal aprende a ler, a escrever e a fazer algumas operações aritméticas e os médicos alopatas o consolam dizendo que sua visão melhoraria após os 70 anos de idade. Após ser aconselhado pelo irmão, pela tia e pela prima, Simplício desiste desta procura pela auto-suficiência e deixa que a vida transcorra como antes. Passado um tempo foi convidado para ser jurado. Ele entende que para ser jurado, segundo as leis brasileiras, bastava ter senso comum, não era "bom senso" ou algo mais, apenas senso comum. Apesar da oposição da família acabou por aceitar a indicação. No primeiro sorteio do tribunal, acabou sendo escolhido. Lá, durante um julgamento, conheceu um velho que apresentou o Reis, fabricante de lentes e especialidades óticas. As esperanças de resolver a miopia física levaram Simplício até a loja deste ótico. Após tentarem todas as lentes existentes, o Reis falou que a miopia de Simplício só poderia ser resolvida com mágica, para tanto, deveriam falar com um armênio que tinha chegado recentemente para trabalhar na loja. Nesta conversa ficou acertado que a meia-noite, o mesmo faria uma Luneta Mágica para Simplicio. Após uma complicada cerimônia, realizada naquela noite, o armênio entregou-lhe uma luneta (óculos com apenas uma lente) com algumas recomendações."Dou-te uma luneta mágica; verás por ela, quanto desejares ver, verás muito: mas poderás ver demais. Criança! dou-te um presente que te pode ser funesto: ouve-me bem! não fixes esta luneta em objeto algum, e sobretudo, em homem algum, em mulher alguma por mais de três minutos; três é o número simbólico, e para ti será o número simples, o da visão da superfície e das aparências; não a fixes por mais de três minutos sobre o mesmo objeto, ou aborrecerás o mundo e a vida.O armênio disse ainda:Esta luneta é a maravilha da magia: por ela verás demais no presente, e poderias ler no futuro; mas o teu coração é bom, e a tua alma é pura, criança; além do número de três minutos está a visão do mal, que o meu poder de mágico não te pode impedir; porque a visão do mal é a vingança da salamandra escrava; mas a fixidade dessa luneta além do número de treze minutos é a vidência do futuro, e essa eu te impeço, Cashiel! Schaltiell Aphiel! Zarabiel! eu ta impeço, criança louca: essa luneta fixada além de treze minutos se quebrará em tuas mãos!"Inicialmente, Simplício fica assustado com possibilidade da visão do mal e promete a si mesmo que só usará a luneta para ver o bem. Espera ansioso pelo sol da manhã, pois quer inaugurar o presente com a luz da natureza, luz da vida e do calor. Ao raiar o sol, ele já está no jardim e se encanta com a aurora, a primeira que vê em toda sua vida. Ficou tão deslumbrado com as luzes e cores que esquece os 3 minutos, de repente, o sol escurece, formando-se nuvens no céu, as flores murcham e a luz do sol mostra-se doentia, estava vendo o mal... assustado, se compromete a cuidar mais do tempo de visão deum mesmo objeto. Pouco depois, sua prima Anica aparece no jardim e a curiosidade de conhecê-la completamente, inclusive o lado mal, vence e ele descobre que Anica é feia por dentro e por fora, em busca de um marido rico que lhe garanta apenas boa mesa e conforto. Ela é incapaz de amar qualquer um. Agora que pode conhecer as pessoas melhor, que tem nas mãos o poder que nenhum homem teve ou terá, decide conhecer as pessoas que o cercam. Logo depois seu irmão chega ao jardim e Simplício decide decifrar a alma dele. Entre outros defeitos descobre que Américo é um homem sedento de ouro, e para quem família, pátria e Deus se resumem no ouro. Enriquecer é a sua idéia: se chegar a possuir cem mil contos terá ambição cem mil vezes maior, e não fará bem algum à humanidade. Fitou a luneta na tia Domingas e descobriu que esta também era falsa e dissimulada, fria como uma pedra e que só procurava a maledicência, rezava e pecava o tempo todo. Após esta decepção com os parentes, as pessoas que ele mais confiava e com quem tinha vivido até então, Simplício decide esconder os poderes da luneta, afirmando apenas que conseguia ver um pouco melhor, porém sem precisão. A visão do mal havia corroído seu coração. A sua inocência tinha terminado e, ao voltar ao tribunal descobre que os advogados mentiam e enganavam o tempo todo, procurando apenas fazer jus ao pagamento que as partes haviam contratado. Desilude-se com a justiça e com os homens e passa a descrer da humanidade. Sabe então que a luneta lhe será fatal. Após diversas experiências, percebe que em tudo o que olha por mais de três minutos, existe maldade, perversidade, mentira, perfídia e todas as veleidades possíveis. Logo ficam sabendo de sua capacidade e da fantástica luneta e passam a rejeitá-lo e posteriormente expulsam-no de todos os lugares que procura freqüentar: no bar, no teatro, nos jantares. Está só e abandonado, ninguém o quer por perto... depois de muito sofrimento, todo mundo queria que ele fosse declarado doido e internado em um hospício, o médico que o tratou tentou demonstrar que era apenas uma mania ruim que ele estava sofrendo. Finalmente, em um momento de desespero quebra a luneta.Na segunda parte do livro, Simplício recebe uma outra luneta do armênio, muito melhor que a primeira e que permite ver o bem... Novamente o armênio orienta-o para não usar mais de três minutos, pois também a visão do bem podia ser-lhe fatal. Simplício promete que cumprirá a recomendação, mas o mágico afirma que ainda hoje ele ultrapassara o tempo recomendado, pois é homem, e como tal é curioso.O fato acontece, distraidamente. Simplício, enquanto redigia uma carta recomendando a loja do Reis, ultrapassa os três minutos e passa a ver somente o bem na nota que esta preparando para os jornais, não percebendo que estava colocando o amigo em sérios embaraços.Usando a nova luneta, o narrador não percebe nenhuma maldade nos outros, e, mesmo is atos mais torpes, as maiores maldades, são vistas como benevolentes e perfeitamente aceitáveis por ele. Mais uma vez o vaticínio do mágico se cumpre...Ao visitar a prisão, usando a luneta mágica, o Simplicio descobre que os homens que lá estão presos são todos inocentes, são bons homens que foram injustiçados. Visitando o fórum para encontrar uma solução para tal problema verifica que os juizes, sem exceção, são homens probos, que nunca julgaram ninguém com erro ou malícia, alguma coisa estava errada, pois se os presos são inocentes e os juizes nunca cometeram falhas no seu julgamento o que estava ocorrendo? O uso indiscriminado da nova luneta e a notícia de que ele só via o bem nas pessoas, alcança toda a cidade do Rio de Janeiro e todos os patifes e enganadores procuram-no para conseguir favores, dinheiro e ajuda, mentindo sendo acreditados por ele, até que um velho o chama de tolo.Finalmente, quase na miséria, decide suicidar-se e se encaminha para o alto do corcovado. Chegando lá, encontra o armênio. Assusta



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