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Ruído no consultório pode comprometer a audição do Cirurgião Dentista
(Flávia Travaglini)

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A exposição freqüente a ruídos, principalmente aos mais agudos, pode levar a uma perda auditiva progressiva, permanente e, o que é pior, irreversível. Embora os ruídos de baixa freqüência causem menos incômodo ao ouvido humano, também acarretam lesões – dependendo da intensidade da pressão sonora e da predisposição de cada pessoa. "O ruído pode causar problemas auditivos e não auditivos. A perda auditiva decorrente da exposição ao ruído é neurossensorial, permanente, variando de grau leve a severo. Os problemas não auditivos são, entre outros, irritabilidade, nervosismo, ansiedade, depressão, zumbido, taquicardia, alteração da pressão arterial, dores de cabeça, perda de apetite, dores de estômago e insônia", enumera a professora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP, Kátia de Freitas Alvarenga.




A professora de audiologia da PUC de Campinas, Mariene Umeoka Hidaka, explica que se uma pessoa ficar exposta a 85 decibéis por mais de oito horas diárias, pode provocar danos na audição. "É evidente que se precisa levar em consideração a predisposição genética. Existe o que a gente chama de ouvido de cristal e ouvido de pedra – ou seja, alguns indivíduos desenvolvem mais facilmente as perdas, outros não. Mas, pelo fato de não podermos mensurar quem é mais predisposto ou menos predisposto, consideramos importante que haja a proteção de todos os que estejam expostos a esse nível de ruído, ou mais alto."











A exposição ao ruído ocupacional de 85 decibéis pode modificar o limiar auditivo de uma parte da população. E por isso, em 8 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho aprovou a Norma Regulamentadora nº 15, que especifica limites de tolerância ao ruído de acordo com o tempo de exposição diária permissível para determinada quantidade, a partir de 85 decibéis (ver tabela). Dos 85 dB aos 115 dB há um aumento gradual de 5 dB em 5 dB e o tempo de exposição vai diminuindo pela metade. Dentro de um consultório odontológico o nível de ruído da caneta de alta rotação, por exemplo, pode chegar a 86 decibéis. "A medida em que vai subindo o nível de ruído, vai diminuindo o tempo em que se pode estar exposto a esse som. Obrigatoriamente os Cirurgiões-Dentistas devem usar protetores auriculares", alerta o otorrinolaringologista Marcos Antônio Sterzza. Além disso, é muito importante que o profissional preocupe-se com a disposição do mobiliário dentro do consultório, pois, segundo Mariene, tudo agrega ruído. "Um bom aproveitamento do ambiente, com um projeto mais acústico, vai ajudar muito." A fonoaudióloga recomenda a manutenção constante dos equipamentos e a verificação, antes de comprar, do nível de ruído de cada equipamento, nas especificações técnicas do produto – porque, mesmo usando os protetores auriculares, o ruído só terá uma redução de 8 dB a 10 dB. "Reduzem exatamente nas freqüências mais agudas", completa.




O Cirurgião-Dentista Nizio Roswell só começou a perceber algumas alterações em sua audição depois de 20 anos de trabalho. Roswell conta que sente como se estivesse o tempo todo ouvindo um reator de lâmpadas fluorescentes. De acordo com Mariene, a perda auditiva causada pelo ruído não deixará uma pessoa absolutamente ‘surda’, mas, a evolução da perda resultará, segundo ela, num comprometimento social do indivíduo. E juntamente com essa perda, desencadeiam-se prejuízos orgânicos como a irritabilidade e o estresse.






Nível de RuídodB(A)

Máxima exposiçãodiária permissível

85
8 horas

86
7 horas

87
6 horas

88
5 horas

89
4 horas

100
1 hora

110
15 minutos

115
07 minutos
Já "o zumbido" – explica – "é uma questão bastante subjetiva". E, apesar de já existirem várias terapias para esse problema, o zumbido pode ter inúmeras causas. "Cabe ao otorrinolaringologista escolher a melhor forma para tratar", acrescenta Mariene. Embora os Cirurgiões-Dentistas não estejam expostos a uma dose tão grande de ruído, há de se considerar a suscetibilidade individual e lembrar que alguns medicamentos, como os diuréticos, podem causar lesões auditivas. "Isso faz que o ouvido fique mais sensível. É um agente agressor", afirma Sterzza. "Anti-inflamatórios e alguns antibióticos também são ototóxicos. Por si só já podem causar lesão auditiva – mas, tudo depende da suscetibilidade, embora haja antibióticos que possam causar uma perda auditiva violenta enquanto se está tomando." Para detectar a perda auditiva costuma-se utilizar a audiometria tonal limiar na avaliação audiológica. De acordo com Kátia, nesse teste é avaliada a faixa de freqüência entre 250 e 8.000 Hertz, que abrange as freqüências dos sons da fala. "É importante salientar que o diagnóstico audiológico é realizado por meio de um conjunto de exames, que permite a completa avaliação do sistema auditivo. Devido à possibilidade de perda auditiva induzida por ruído, recomenda-se que os Cirurgiões-Dentistas sejam submetidos a avaliações audiológicas periódicas." A professora acrescenta ainda que o primeiro profissional a ser procurado nesses casos é o otorrinolaringologista – mesmo por que a perda auditiva pode ter inúmeras causas, além da exposição ao ruído no ambiente de trabalho. "O fonoaudiólogo é o profissional que irá atuar no processo de diagnóstico audiológico, realizando os procedimentos, definindo a existência de perda auditiva e, posteriormente, caracterizando-a quanto ao tipo e grau. É o fonoaudiólogo que realiza o processo de reabilitação e orientação do indivíduo com deficiência auditiva."



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