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Memórias do Cárcere
(Graciliano Ramos)

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Escrito em 1953, Memórias do Cárcere é o primeiro dos 4 volumes.A obra Memórias do Cárcere funciona como uma metáfora da perversidade dos prisões brasileiras que está superlativa em toda sua obra. Nesse texto Graciliano Ramos procura definir uma noção de homem e do seu destino trágico.Graciliano Ramos envolveu-se em acontecimentos trágico-políticos e isso muito contribuiu para sua visão de mundo quanto a dramaticidade da vida.A obra em análise acaba por ser uma confissão biográfica e testemunho histórico dos momentos trágicos-polítocos que envolvem a vida do autor. Assim, eis o Brasil de 1930, sob a vista de quem o viveu em porões imundos: misérias, torturas e degradações perpetradas pelo Estado Novo. E comenta o momento da prisão assim: "Fui prefeito e secretário da educação, em Alagoas.Eu sou apenas um escritor, para muitos.Minha mulher, Heloisa, acha que eu tenho uma amante e costuma dizer que eu só penso em mim, e devia pensar mais nos meus filhos.Eu já havia publicado meu primeiro romance ‘ Caetés’ e escrito o segundo ‘Angústia’, quando fui preso como comunista.Vieram avisar-me para fugir, porque a pressão era muita. Fugir para onde? Viver escondido nas dunas da praia? Deixar a barba crescer?"A linguagem é realista, pois acolhe o real e desdobra essa realidade em duas formas, através do documentário ao psicológico e do particular ao universal. Conforme podemos comprovar no trecho da obra a seguir:"O mundo se tornava fascista.Num mundo assim, que futuro nos reservariam? Provavelmente, não havia lugar para nós, éramos fantasmas, rolaríamos de cárcere em cárcere, findaríamos num campo de concentração. Nenhuma utilidade representávamos na ordem nova. Se nos largassem, vagaríamos tristes, inofensivos e desocupados, farrapos vivos, fantasmas prematuros; desejaríamos enlouquecer, recolhermo-nos ao hospício ou ter coragem de amarrar uma corda ao pescoço e dar o mergulho decisivo.Essas idéias, repetidas, vexavam-me; tanto me embrenhara nelas que me sentia inteiramente perdido." Obviamente, tudo isso sob o domínio da opressão.(...)"Muitos enlouqueciam naquela tortura. A ‘transferência’ , às vezes, era um artifício para encobrir uma possível execução"(...)"Nunca disseram o motivo da minha prisão. (...)"Fui transferido depois para Ilha Grande.Uma pessoa inteligente nunca se aperta, disse-me um sargento. Aconselhou-me também a esconder meus escritos e um resto de dinheiro que eu guardava. Rasparam meu cabelo...""Fui colocado entre ladrões.Éramos tratados a socos e pontapés. Aqui não há nenhum direito. Vocês vieram aqui para morrer! Estão ouvindo? Morrer.Restavam, para alguns, a masturbação e a sodomia."(...) Ilha Grande! Que assunto magnífico. Hoje tão distante. Não foi fácil sair de lá com meus escritos. Mas, eu consegui.



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